Corpo de água de 12 bilhões de anos descoberto flutuando no espaço

por Lucas
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Na dança cósmica do universo, onde asteroides fazem piruetas e buracos negros tomam o centro do palco, a água sempre foi joia rara, porque é um achado raro na vastidão do espaço. No entanto, em 2011 astrônomos se depararam com um espetáculo cósmico que causou um grande impacto nos bate-papos de ficção científica e fóruns de nerds.

Imagine isso: duas equipes, com os olhos grudados em seus telescópios, descobrem não apenas uma poça, mas a mãe de todos os oceanos, espreitando no lugar mais inesperado. Esse não era um achado comum; era um reservatório colossal de água, ofuscando qualquer oceano terrestre como um gigante ao lado de um seixo. Para colocar em números, estamos falando de 140 trilhões de vezes o volume dos nossos oceanos.

Mas aqui está a reviravolta: justo quando os entusiastas do espaço estavam tirando o pó de seus telescópios para dar uma espiada, o universo disse: “Não tão rápido!” Esse oceano cósmico estava difícil de ser alcançado, girando em torno de um monstruoso buraco negro, um quasar, a mais de 12 bilhões de anos-luz de distância. Então, nada de espiar com telescópios de quintal, infelizmente.

Através do espelho do tempo, essa descoberta foi um instantâneo de quando o universo tinha apenas 1,6 bilhão de anos de idade. Matt Bradford, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, não conseguiu conter sua empolgação: “O ambiente ao redor deste quasar é único por estar produzindo essa enorme massa de água”, ele compartilhou. Era como se o universo estivesse ostentando sua capacidade de abrigar água, mesmo na infância do tempo.

Quasares, essas enigmáticas potências celestiais, expelem energia como se não houvesse amanhã, graças ao apetite voraz dos buracos negros supermassivos em seus corações. O quasar em questão, APM 08279+5255, tem um buraco negro de 20 bilhões de vezes a massa do nosso Sol e uma saída de energia de mil trilhões de sóis.

A equipe de Bradford mergulhou mais fundo, decifrando os segredos da água através de suas assinaturas espectrais. O que eles encontraram foi uma vasta extensão de vapor d’água frio, com temperaturas em torno de -53°C, que, acredite ou não, é considerado ameno pelos padrões gélidos do espaço. Essa revelação foi inovadora. Antes disso, encontrar vapor d’água datado dos primeiros dias do universo era inédito. Claro, a Via Láctea tem sua parcela de H2O, mas é principalmente na forma de gelo, não vapor.

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