Mamutes poderão em breve ser ressuscitados da extinção após um grande avanço

por Lucas
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Em uma tentativa ambiciosa de conectar o passado ao presente, cientistas da Colossal Biosciences anunciaram um avanço significativo que pode abrir caminho para a ressurreição do mamute lanoso, uma espécie que habitou a Terra há milhares de anos. A equipe, liderada pelo co-fundador e principal geneticista Dr. George Church, está otimista quanto à possibilidade de trazer o mamute de volta da extinção, possivelmente até 2028.

Dr. Church, em conversa com o MailOnline, destacou o progresso feito no campo da genética e biologia sintética, afirmando, “Não é uma grande extrapolação pensar que seremos capazes de sintetizar em larga escala no futuro.” Este comentário sublinha os rápidos avanços em engenharia genética e pesquisa com células-tronco que formam a base de seu projeto.

A gênese dessa abordagem inovadora remonta a 2006, quando o cientista Shinya Yamanaka fez uma descoberta revolucionária. Ele descobriu que células adultas poderiam ser revertidas a células-tronco usando uma mistura química específica. As células-tronco são conhecidas por sua notável capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula, um fenômeno observado em várias espécies, incluindo humanos e coelhos, mas ainda não em elefantes.

Aproveitando essa tecnologia, a equipe da Colossal Biosciences desenvolveu com sucesso células-tronco ‘pluripotentes’ de elefantes. Essas células têm o potencial de evoluir para qualquer célula dentro do organismo, preparando o cenário para a próxima fase de seu projeto. Os cientistas planejam infundir essas células com genes extraídos de espécimes preservados de mamutes lanosos. Teoricamente, isso levaria à criação de um óvulo, que seria então fertilizado e nutrido dentro de um útero artificial.

Dr. Church detalhou o processo, dizendo, “O que estamos fazendo é criar um híbrido particular que enriquecerá o elefante asiático e trará de volta a diversidade do mamute.” A iniciativa não visa apenas ressuscitar o mamute, mas também enriquecer o pool genético do elefante asiático, contribuindo para a conservação de ambas as espécies.

O resultado esperado dessa hibridização é uma nova raça de elefantes que poderia prosperar em climas mais frios, semelhantes ao habitat natural do mamute. Isso poderia aliviar alguns dos desafios atuais enfrentados pelos elefantes asiáticos, que frequentemente se encontram em conflito com populações humanas devido ao seu confinamento em áreas densamente povoadas.

Eriona Hysoll, chefe de ciências biológicas na Colossal Biosciences, compartilhou insights sobre o processo complexo de desenvolvimento dessas células-tronco pluripotentes de elefantes. Um fator chave nesse processo é a manipulação dos retrogenes TP 53, que são instrumentais na supressão de tumores. Os elefantes possuem quase 40 cópias desses genes, em contraste com as duas encontradas em humanos, o que contribui para suas menores taxas de câncer.

Ao modular a atividade desses genes, a equipe conseguiu produzir células-tronco pluripotentes, que o Dr. Church observou serem “basicamente imortais”. Essa característica permite uma ampla experimentação em um período relativamente curto, contornando o longo período de gestação dos elefantes.

À medida que o projeto avança, os próximos passos envolvem mais experimentações com genes resistentes ao frio em elefantes e o desenvolvimento de óvulos e células espermáticas viáveis.

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