Nova espécie de sucuri gigante descoberta durante filmagens com Will Smith na Amazônia

por Lucas
0 comentário 14,K visualizações Jesus Rivas

Em uma descoberta facilitada em parte por Will Smith durante a filmagem de um documentário do National Geographic, pesquisadores identificaram uma nova espécie de sucuri verde na floresta amazônica. O professor Bryan Fry, da Universidade de Queensland, inicialmente focado no impacto da perfuração de petróleo em colaboração com o povo indígena Waorani, deparou-se com essa descoberta significativa. A pesquisa, destinada a estudar a degradação do habitat e seus efeitos sobre predadores de topo como as sucuris, revelou diferenças acentuadas nas concentrações de metais pesados entre cobras macho e fêmea, levando a investigações adicionais.

Fry, liderando a equipe científica para o segmento amazônico do documentário “Pole to Pole” com Will Smith, se beneficiou dos recursos aumentados e da visibilidade que o projeto proporcionou. O envolvimento direto de Smith na captura de sucuris trouxe atenção adicional à pesquisa. “Quando você olha para as sucuris macho e fêmea, você não pensaria que são o mesmo animal, muito menos a mesma espécie”, explicou Fry, destacando a disparidade de tamanho e as dietas diferenciadas entre os sexos.

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A equipe de pesquisa observou que as sucuris verdes no Equador são significativamente maiores que suas contrapartes brasileiras, com um espécime medindo 6,3 metros, aproximando-se do comprimento recorde oficial. Colaboradores locais relataram avistamentos ainda maiores, sugerindo a existência de sucuris de até 7,5 metros de comprimento. Apesar dessas variações de tamanho, as sucuris equatorianas exibiram marcas quase idênticas às encontradas em outras regiões.

No entanto, análises genéticas revelaram uma diferença de DNA de 5,5 por cento entre as sucuris equatorianas e as do Brasil, uma divergência significativa que levou à classificação de uma nova espécie. Nomeada sucuri verde do norte (Eunectes akayima), esta espécie também habita a Colômbia e a Venezuela e é distinta da espécie anteriormente reconhecida, agora chamada sucuri verde do sul (E. murinus). A separação geográfica dessas espécies, residindo em diferentes bacias fluviais, reflete uma divisão que data de 10 milhões de anos, um padrão comum entre a fauna amazônica.

Nova espécie de sucuri gigante descoberta durante filmagens com Will Smith na Amazônia

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Esta descoberta ajusta o entendimento da diversidade de sucuris, fundindo o que se pensava serem três espécies distintas de sucuris amarelas em variações de uma única espécie. Fry expressou um misto de emoções sobre esta consolidação, enfatizando a importância de evidências genéticas objetivas na manutenção da integridade científica.

A distinção entre as sucuris verdes do norte e do sul levanta preocupações de conservação, particularmente para a espécie do norte, cujo habitat é mais restrito e fortemente impactado pela perfuração de petróleo, desmatamento e secas severas. Os potenciais efeitos da poluição por petróleo na fertilidade masculina são uma questão urgente que Fry planeja investigar mais a fundo.

Os achados, que contribuem significativamente para o entendimento da biodiversidade amazônica, foram publicados no jornal de acesso aberto MDPI Diversity. A descoberta não apenas sublinha a complexidade do ecossistema amazônico, mas também destaca os desafios da conservação em áreas afetadas por atividades industriais.

Em uma área já ameaçada pela degradação ambiental, o envolvimento do povo Waorani na pesquisa sublinha a interseção crítica do conhecimento indígena e da investigação científica. Sua contribuição, particularmente nas técnicas tradicionais de captura de sucuri, foi reconhecida na coautoria do estudo. A campanha bem-sucedida dos Waorani contra a perfuração de petróleo em seus territórios, culminando em um referendo nacional, reflete a luta mais ampla pela preservação ambiental na Amazônia.

Fonte: IFLScience

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