Plantas comunicam sofrimento usando seu próprio tipo de sistema nervoso

por Lucas
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As plantas, embora desprovidas de cérebros, possuem uma forma de sistema nervoso. Descobertas recentes em biologia vegetal revelam que as plantas se comunicam internamente de maneiras semelhantes aos animais. Especificamente, quando uma folha é danificada, ela envia um aviso para outras folhas, utilizando mecanismos semelhantes aos encontrados nas células nervosas dos animais.

O processo de comunicação em animais envolve o glutamato, um aminoácido. O glutamato é liberado por células nervosas excitadas, iniciando uma cascata de íons de cálcio em células adjacentes. Essa onda de cálcio se propaga ao longo das células nervosas, facilitando a sinalização a longa distância. Curiosamente, um mecanismo semelhante opera dentro das plantas. Pesquisadores, investigando inicialmente as respostas das plantas à gravidade, desenvolveram um sensor molecular para detectar mudanças nos níveis de cálcio. Esse sensor foi inserido em uma espécie de planta de mostarda, Arabidopsis.

As plantas podem enviar sinais internos quando uma folha é cortada

As plantas podem enviar sinais internos quando uma folha é cortada

Durante seus experimentos, os pesquisadores observaram um fenômeno significativo. Ao cortar uma folha de Arabidopsis, eles detectaram uma resposta luminosa, indicativa de aumento dos níveis de cálcio, emanando do local da lesão. Esse brilho, que se intensificava e depois diminuía, foi observado se movendo progressivamente para longe do local do dano, eventualmente alcançando outras folhas. Suas descobertas, relatadas na revista Science, destacam o papel do glutamato em desencadear essa onda de cálcio nas plantas.

Antes dessa descoberta, os biólogos vegetais sabiam que as plantas podiam sentir mudanças em suas partes, mas o mecanismo dessa percepção era incerto. A identificação da onda de cálcio e do envolvimento do glutamato lança luz sobre como as plantas transmitem internamente informações sobre mudanças ambientais ou ferimentos. Essa compreensão abre potenciais avenidas para cientistas monitorarem e potencialmente manipularem sistemas de comunicação interna das plantas, aprimorando nosso entendimento da biologia vegetal e possivelmente levando a inovações agrícolas.

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