Telescópio James Webb faz descoberta inesperada que pode apontar para vida na periferia do nosso sistema solar

por Lucas
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Na vasta extensão do nosso sistema solar, além da órbita de Netuno, encontra-se o Cinturão de Kuiper, uma região repleta de objetos congelados, marcando um limite, de certa forma, para os corpos celestes que orbitam nosso Sol. Este cinturão, significativamente maior do que o cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter, pode conter até 200 vezes a sua massa e se estende por uma largura 20 vezes o seu tamanho.

Entre os notáveis residentes do Cinturão de Kuiper está Plutão, que, apesar de ter sido reclassificado de planeta para planeta anão, permanece como um objeto de interesse científico. O cinturão é composto principalmente por corpos congelados, remanescentes do amanhecer do sistema solar, abrigando gelos como metano, amônia e água, em contraste com a composição rochosa e metálica dos habitantes do cinturão de asteroides.

Esses objetos congelados ficam na borda do nosso sistema solar, no cinturão de Kuiper. Crédito: Enciclopédia Britânica/UIG Via Getty Images

Esses objetos congelados ficam na borda do nosso sistema solar, no cinturão de Kuiper. Crédito: Enciclopédia Britânica/UIG Via Getty Images

O Telescópio Espacial James Webb, estacionado a a quase 2 milhões de quilometros da Terra, lançou recentemente seu olhar sobre essa fronteira gélida, revelando descobertas que desafiam percepções anteriores desses objetos distantes. Um estudo publicado na revista científica “Icarus” destaca as observações do telescópio de Eris e Makemake, dois planetas anões dentro do cinturão. Eris, embora menor, supera Plutão em massa, enquanto Makemake recebeu o nome de uma divindade da mitologia Rapanui.

De seu ponto de vantagem, o telescópio observou o metano congelado nesses planetas anões, revelando processos que sugerem um estado mais dinâmico do que meras terras ermas congeladas. O Dr. Christopher Glein do Southwest Research Institute descreve o fenômeno como esses corpos sendo “cozidos”, indicando fontes de calor internas potenciais que poderiam impulsionar material, possivelmente até líquidos ou gases, para suas superfícies.

Telescópio James Webb faz descoberta inesperada que pode apontar para vida na periferia do nosso sistema solar

Essa revelação abre a possibilidade de que, semelhante à lua Europa de Júpiter, que abriga um oceano sob sua crosta de gelo, esses habitantes do Cinturão de Kuiper também possam esconder oceanos subterrâneos. Tal perspectiva adiciona uma nova camada de complexidade à nossa compreensão desses objetos distantes, transformando a percepção deles de corpos estáticos e inertes para planetas anões potencialmente ativos, ‘vivos’, com atividades internas e superficiais.

À medida que o Telescópio Espacial James Webb continua a espiar as profundezas do espaço, suas descobertas estão gradualmente remodelando nossa compreensão das regiões mais externas do sistema solar. Essas observações, embora preliminares, fornecem um vislumbre tentador dos processos dinâmicos em jogo nas regiões frias e distantes além de Netuno, sugerindo que mesmo nos cantos mais remotos e congelados do nosso sistema solar, existe um potencial para atividade e mudança que desafia nossas expectativas.

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