Verme ‘gigante’ que reinava nos oceanos é descoberto na Groenlândia

por Lucas
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A história inicial da Terra foi marcada por um período conhecido como ‘wormworld’, dominado por criaturas em forma de tubo. Uma descoberta significativa nesse contexto é o fóssil de um verme carnívoro gigante, datado de mais de 518 milhões de anos. Essa criatura, com aproximadamente 30 centímetros de comprimento, foi um dos maiores animais nadadores de sua época. Suas características incluíam mandíbulas grandes, longas antenas e nadadeiras ondulantes, posicionando-a no topo da cadeia alimentar, semelhante a predadores oceânicos modernos como tubarões e focas.

A espécie, nomeada Timorebestia koprii por cientistas liderados pelo Instituto de Pesquisa Polar da Coreia (KPRI), se traduz para ‘bestas do terror’ em latim. O cientista Jakob Vinther, da Universidade de Bristol, destaca a importância da Timorebestia, equiparando sua dominância aos principais carnívoros modernos. Essa descoberta é baseada em 13 fósseis encontrados no Norte da Groenlândia, com alguns mostrando evidências de artrópodes bivalves digeridos, Isoxys, em seus sistemas digestivos.

Vários espécimes de T. koprii com diagramas correspondentes. (Park et al., Science Advances, 2024)

Apesar de seu tamanho antigo, os parentes modernos da Timorbestia, conhecidos como vermes-flecha, são significativamente menores, mas ainda desempenham um papel vital como predadores na teia alimentar de hoje, predando espécies fundamentais como o zooplâncton. A linhagem desses vermes-flecha remonta a 538 milhões de anos, antecedendo fósseis conhecidos de artrópodes antigos, incluindo insetos, aranhas e crustáceos.

Vinther explica que tanto os vermes-flecha quanto a Timorebestia eram predadores nadadores, sugerindo que dominaram os ecossistemas oceânicos antes do surgimento dos artrópodes. Ele estima que sua dominância durou cerca de 10 a 15 milhões de anos antes de serem superados por grupos mais bem-sucedidos. A Explosão Cambriana, um período de rápida diversificação evolutiva, viu muitos desses predadores serem destronados e a teia alimentar sofrer mudanças significativas. Alguns cientistas argumentam que a era ‘wormworld’ abriu caminho para essa mudança evolutiva.

Um artigo de 2016 postulou que os avanços evolutivos de vermes aquáticos antigos, abrangendo estratégias, comportamentos e fisiologias novas, aumentaram a diversidade dos ecossistemas oceânicos e marcaram o fim da era Pré-Cambriana. A Timorebestia, em particular, pode ter sido um passo evolutivo crucial no desenvolvimento de mandíbulas internas entre os predadores. Em contraste, os antigos vermes-flecha usavam cerdas externas para capturar presas.

Mais descobertas e insights são antecipados, conforme menciona Tae Yoon Park, do Instituto de Pesquisa Polar da Coreia, líder de expedições de campo para Sirius Passet no Norte da Groenlândia, mencionando pesquisas em andamento. Essas expedições descobriram uma variedade diversa de novos organismos, contribuindo para o entendimento dos ecossistemas animais iniciais e sua evolução.

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