Centenas de estrelas desapareceram sem deixar vestígios. Para onde elas foram?

por Lucas
0 comentário 43 visualizações Nebulosa escura Barnard 68, onde as estrelas não são vistas com luz visível devido a uma nuvem de partículas de poeira. Crédito da imagem: ESO

Em julho de 1952, ocorreu um evento astronômico que permanece um enigma até hoje: três estrelas desapareceram do céu noturno em uma única hora. Esse fenômeno não é um caso isolado; na verdade, o desaparecimento de estrelas tem sido um mistério recorrente. O projeto Vanishing and Appearing Sources during a Century of Observations (VASCO), lançado em 2019, embarcou em uma missão ambiciosa para catalogar esses desaparecimentos misteriosos. O projeto visava identificar estrelas que desapareceram de vista nos últimos 70 anos, e suas descobertas revelaram aproximadamente 100 estrelas desaparecidas sem nenhuma explicação sólida.

A abordagem do VASCO envolveu uma comparação meticulosa de dados astronômicos históricos e contemporâneos. A equipe examinou imagens capturadas pelo Observatório Naval dos EUA datadas de 1949 e as comparou com imagens do levantamento do céu Pan-STARRS realizado entre 2010 e 2014. A fase inicial dessa comparação rendeu cerca de 150.000 casos potenciais de fontes celestes desaparecidas. Para refinar essas descobertas, o VASCO cruzou esses dados com outros conjuntos de dados, o que ajudou a reduzir a lista para 24.000 candidatos. A etapa final do projeto exigiu uma revisão manual rigorosa para filtrar erros, como falhas de câmera, levando à identificação de cerca de 100 casos promissores de estrelas que aparentemente desapareceram.

Explicações Possíveis e a Busca por Esferas de Dyson

O desaparecimento de estrelas é um fenômeno que contradiz o comportamento estelar típico. As estrelas são conhecidas por sofrerem mudanças ao longo do tempo, como escurecimento ou explosão como supernovas, mas elas normalmente não desaparecem da vista. Uma teoria proposta para explicar esses desaparecimentos é que algumas estrelas podem colapsar em buracos negros sem passar por uma explosão de supernova, um evento considerado extremamente raro. As estimativas colocam a probabilidade de tal ocorrência em menos de 1 em 90 milhões, e estudos posteriores reduziram ainda mais essa probabilidade para menos de 1 em 600 milhões. Essa raridade a torna uma explicação improvável para o grande número de estrelas desaparecidas.

Outras teorias incluem a lente gravitacional, um processo em que a curvatura do espaço-tempo causada por objetos massivos pode ampliar corpos celestes distantes ou fazê-los desaparecer da vista. Além disso, eventos de luz transitórios, como explosões de raios gama, capturados em levantamentos antigos, ou obstruções por objetos mais próximos, como asteroides, podem explicar algumas dessas observações.

Um aspecto intrigante do projeto VASCO foi sua conexão com a busca por inteligência extraterrestre, especificamente o conceito hipotético de uma Esfera de Dyson. Uma Esfera de Dyson é uma estrutura teórica imaginada para cercar uma estrela, aproveitando sua energia, possivelmente indicativa de uma civilização avançada. O desaparecimento de estrelas poderia, hipoteticamente, sinalizar a presença de tais megaestruturas. No entanto, estudos e buscas subsequentes não renderam candidatos promissores para Esferas de Dyson, deixando o mistério das estrelas desaparecidas amplamente inexplicado. Essa ausência de respostas definitivas continua a alimentar tanto a curiosidade científica quanto as teorias especulativas no campo da astrofísica.

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