O Sol tem um batimento cardíaco misterioso e podemos finalmente saber por quê

por Lucas
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Já se perguntou como o Sol funciona? Ele é como um enorme relógio celestial, mas seus mecanismos são mais complexos do que qualquer relógio que você já viu. Os cientistas estão intrigados com os ritmos do Sol há séculos, e agora sugerem que os planetas podem estar jogando um jogo esperto com nossa estrela.

Vamos falar sobre o principal ritmo do Sol – o ciclo de atividade de 11 anos, conhecido como ciclo de Schwabe. A cada 11 anos, o Sol passa de uma bola de gás preguiçosa e quieta para uma bola de gás frenética. No seu auge, chamado máximo solar, o Sol fica coberto de manchas solares, soltando explosões solares e ejeções de massa coronal a todo tempo. Depois, ele se acalma novamente, chegando ao mínimo solar antes de se preparar para o próximo ciclo. Isso não é apenas uma ocorrência aleatória – é um padrão previsível, quase como um batimento cardíaco.

Mas por que isso acontece? Frank Stefani e sua equipe no laboratório Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf, na Alemanha, acham que encontraram parte da resposta. Eles estão revivendo uma ideia antiga e controversa de que os planetas – Vênus, Terra e Júpiter – podem estar puxando as cordas do Sol. Parece loucura, certo? Veja como funciona.

A cada 11,07 anos, esses três planetas se alinham, puxando o Sol com suas forças gravitacionais combinadas. Agora, essa força é fraca – realmente fraca – mas pode ser apenas o suficiente para dar um empurrãozinho no Sol, sincronizando seu dínamo interno com o ciclo de 11 anos. Pense no Sol como um enorme dínamo, gerando campos magnéticos que impulsionam sua atividade. Os planetas, segundo Stefani, podem ser como metrônomos cósmicos, mantendo o ritmo.

A equipe tem algumas evidências bastante convincentes também. Eles encontraram ondas vorticais gigantes no Sol, chamadas ondas de Rossby, semelhantes às que dirigem os padrões climáticos na Terra. Essas ondas podem estar transferindo energia e sincronizando o dínamo solar. Não só isso, mas o alinhamento de Vênus, Terra e Júpiter parece coincidir com outros ciclos solares, como os ciclos Rieger mais curtos (150 a 160 dias de atividade de explosões) e até mesmo o ciclo Suess-de Vries mais longo (193 anos).

Agora, as ondas de Rossby são uma grande coisa. Elas foram detectadas recentemente no Sol e podem ser o elo perdido nessa teoria da influência planetária. Quando qualquer dois dos três planetas se alinham, sua força gravitacional combinada pode desencadear essas ondas, adicionando outra camada de complexidade ao comportamento do Sol.

A equipe de Stefani até criou modelos matemáticos para apoiar sua teoria. E adivinha só? Esses modelos replicaram tanto os ciclos de Schwabe quanto os de Rieger, alinhando-se perfeitamente com as posições planetárias.

Mas espere – antes de pensar que os planetas são os únicos envolvidos, lembre-se de que o Sol é uma fera gigante e complexa. Existem outros fatores em jogo, impulsionando sua atividade de dentro. Os planetas podem apenas estar dando um empurrãozinho extra, ajudando a manter tudo em ritmo.

A pesquisa da equipe foi publicada na Solar Physics.

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