Misteriosas montanhas descobertas nas profundezas da Terra

por Lucas
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Entre o núcleo metálico da Terra e o manto rochoso encontra-se um significativo mistério geológico: a existência de “montanhas” internas nessa zona de transição crítica. Apesar de estarem localizadas a milhares de quilômetros abaixo da superfície, essas estruturas têm uma influência surpreendente no planeta.

A descoberta dessas “montanhas” subterrâneas remonta a 1996, quando cientistas, estudando a fronteira entre o núcleo e o manto sob o Oceano Pacífico, utilizaram ondas sísmicas geradas por terremotos. Essas ondas, que são vibrações viajando pela Terra após eventos sísmicos, vêm em dois tipos: ondas P e ondas S. As ondas P são mais rápidas, capazes de passar por sólidos, líquidos e gases, enquanto as ondas S são mais lentas e só podem se mover através de sólidos. Foi através da observação dessas ondas que comportamentos incomuns na fronteira entre o núcleo e o manto foram detectados, levando à revelação de uma vasta e variável cadeia de montanhas.

A natureza e origem dessas elevações subterrâneas têm sido um tema de debate entre cientistas. Algumas teorias sugerem que elas podem ser partes do manto inferior, superaquecidas devido à proximidade com o núcleo. Outras propõem que elas poderiam ser remanescentes da crosta oceânica antiga submersa há milhões de anos.

A existência dessas irregularidades subsuperficiais desafia as teorias geológicas existentes e adiciona complexidade ao quebra-cabeça geológico da Terra. Acredita-se que elas possam influenciar potencialmente a formação de vulcões em locais como o Havaí, criando caminhos quentes até a crosta. A fronteira entre o manto interno e externo não é uniformemente lisa, levando à preferência pelo termo ‘irregularidades’ em vez de ‘montanhas’ para descrever essas formações.

A ligação dessas montanhas com outras estruturas misteriosas, como áreas de baixa velocidade de cisalhamento, levantou questões adicionais. Teorias propõem que a origem delas poderia estar relacionada a placas tectônicas antigas que deslizaram para o manto, espalhando-se gradualmente para formar várias estruturas.

Os tamanhos dessas estruturas subterrâneas variam significativamente. Algumas alcançam alturas de até 40 quilômetros, cerca de 4,5 vezes a altura do Monte Everest, enquanto outras têm apenas cerca de 3 quilômetros de altura. Muitas dessas formações se assemelham a planaltos e são encontradas ao redor do núcleo, ligadas a regiões misteriosas perto da África (referidas como “Tuzo”) e do Pacífico (conhecidas como “Jason”).

Essas “montanhas”, possivelmente bilhões de anos antigas e primitivas na natureza, desafiam o entendimento atual. Sua associação com placas tectônicas que deslizaram para o manto sugere que elas possam ser compostas de crosta oceânica antiga transformada, alterada pelo intenso calor e pressão ao longo do tempo.

Apesar de várias teorias, a natureza exata e a origem dessas estruturas permanecem incertas. Sua proximidade com cadeias de montanhas na superfície levou a especulações sobre uma conexão. No entanto, a descoberta de montanhas semelhantes nas profundezas da Terra sob a Antártida coloca contradições a algumas dessas teorias. Resolver este enigma geológico exige mais pesquisa e exploração.

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