Novas imagens revelam megaestruturas ocultas na Europa

por Lucas
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A arqueologia recentemente testemunhou um avanço significativo com a integração de imagens de satélite e fotografia aérea. Esta abordagem inovadora, liderada por uma equipe da University College Dublin em colaboração com colegas da Sérvia e Eslovênia, revelou uma rede de enormes sítios da Idade do Bronze no coração da Europa.

Ao unir estas imagens, os pesquisadores reconstruíram a paisagem pré-histórica da Bacia do Cárpato Meridional, revelando mais de 100 sítios pertencentes a uma sociedade antiga avançada. Esta descoberta desafia nosso entendimento sobre a Europa da Idade do Bronze e oferece novas percepções sobre a construção dos megafortes, as maiores estruturas pré-históricas antes da Idade do Ferro.

O Grupo de Sítios Tisza: Uma Potência da Idade do Bronze

Acredita-se que o Tisza Site Group (TSG) tenha sido uma comunidade sofisticada que viveu e cooperou ao longo das margens do rio Tisza.

Acredita-se que o Tisza Site Group (TSG) tenha sido uma comunidade sofisticada que viveu e cooperou ao longo das margens do rio Tisza.

As estruturas recém-identificadas, conhecidas coletivamente como Grupo de Sítios Tisza (TSG), estão estrategicamente localizadas ao longo do rio Tisza e seu corredor com o Danúbio. Surpreendentemente, esses sítios estão posicionados próximos uns dos outros, sugerindo uma rede de comunidades interconectadas e cooperativas.

O pesquisador líder, o Professor Associado Barry Molloy, destaca a importância destes megafortes, que rivalizam em tamanho e complexidade com as cidadelas contemporâneas construídas pelos Hititas, Micênicos e Egípcios. Esta densa rede de sítios, com dezenas de milhares de habitantes no auge, sublinha a importância do TSG como um centro de inovação e um polo regional durante o período em que civilizações como os Micênicos e Egípcios prosperavam.

Conectando os Pontos na Pré-História Europeia

Munida das descobertas das imagens de satélite, a equipe poderia iniciar as escavações no solo.

Munida das descobertas das imagens de satélite, a equipe poderia iniciar as escavações no solo.

O surgimento do TSG por volta de 1500 a 1200 a.C. coincide com uma era crucial na pré-história europeia. O colapso dessas sociedades por volta de 1200 a.C. marcou um ponto de virada significativo, espalhando tecnologias militares e de construção de terraços avançadas por toda a Europa.

Isso ajuda a explicar as semelhanças na cultura material e iconografia observadas em todo o continente durante este período. Molloy aponta que entender a estrutura social do TSG desafia as visões convencionais da pré-história europeia, sugerindo uma paisagem de assentamentos cooperativos em vez de chefaturas concorrentes.

Esta visão abrangente da paisagem da Idade do Bronze, até a localização das casas individuais, oferece uma perspectiva sem precedentes sobre as interações e estilos de vida desses povos antigos.

Além da Escavação: O Papel da Tecnologia na Arqueologia

A descoberta dos sítios TSG ilustra a evolução dos métodos arqueológicos. Indo além das técnicas tradicionais, a equipe empregou um conjunto de tecnologias avançadas de imagem para mapear a antiga paisagem. Molloy enfatiza a importância da verificação em campo por meio de levantamentos, escavações e prospecção geofísica, confirmando a precisão dos dados derivados de satélites. As descobertas revelam que a maioria dos sítios foi estabelecida entre 1600 e 1450 a.C. e encontrou um fim súbito por volta de 1200 a.C., alinhando-se com um padrão mais amplo de colapso observado em outras civilizações antigas.

Essas revelações não apenas aprimoram nossa compreensão da Idade do Bronze, mas também conectam o TSG a eventos históricos mais amplos. Os colapsos generalizados de sociedades por volta de 1200 a.C., afetando regiões da Ásia sudoeste, África do Norte e sul da Europa, fornecem um contexto para interpretar a queda do TSG. Esta pesquisa oferece um lembrete sóbrio da fragilidade das sociedades antigas, mesmo aquelas tão influentes e fortificadas quanto o TSG.

A descoberta do TSG marca um marco significativo na pesquisa arqueológica, preenchendo lacunas em nosso conhecimento histórico e oferecendo perspectivas frescas sobre a Europa pré-histórica. Este trabalho, publicado na PLOS ONE, exemplifica o poder transformador da tecnologia na arqueologia, permitindo aos pesquisadores reconstruir e compreender sociedades antigas complexas com detalhes sem precedentes.

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