O centro da Terra é 2 anos mais jovem que sua superfície devido à dilatação do tempo

por Lucas
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Físicos descobriram um fato surpreendente: o centro da Terra é aproximadamente dois anos e meio mais jovem que sua superfície. Esta descoberta, baseada nos princípios da relatividade geral, lança luz sobre as formas intrigantes pelas quais a gravidade influencia o tempo.

Da Poeira à Terra Dinâmica

A jornada do nosso planeta começou há cerca de 4,6 bilhões de anos a partir de uma nuvem de poeira ao redor do Sol. Neste balé cósmico, elementos mais pesados se concentraram no centro, formando o núcleo da Terra, enquanto elementos mais leves compunham o manto e a crosta. Durante esses anos formativos, a Terra também acumulou matéria adicional, potencialmente da colisão com o planeta Teia, teorizado como contribuinte para a formação da Lua e deixando estruturas enigmáticas nas camadas mais profundas da Terra.

O aspecto intrigante da discrepância de idade da Terra foi trazido à tona por uma equipe de físicos em 2016. Eles revisitaram uma afirmação feita pelo eminente físico teórico Richard Feynman nos anos 1960. Feynman, em uma palestra, supostamente sugeriu que o núcleo da Terra é “um ou dois dias” mais jovem que sua superfície, atribuindo isso aos efeitos da dilatação do tempo pela gravidade. No entanto, essa afirmação, frequentemente aceita sem questionamento devido ao renome de Feynman, foi examinada pela equipe de 2016 para verificar sua precisão.

O Papel da Gravidade na Dilatação do Tempo

A equipe embarcou em uma missão para validar a afirmação de Feynman através de cálculos meticulosos, concentrando-se na variabilidade da gravidade da Terra. Segundo a teoria da relatividade geral de Einstein, o tempo avança mais lentamente em campos gravitacionais mais fortes. Já que o núcleo da Terra, composto principalmente de uma liga densa de ferro-níquel, exerce mais gravidade que a superfície, o tempo realmente se move em um ritmo ligeiramente mais lento no centro.

Por meio de seus cálculos, a equipe descobriu que a discrepância temporal, embora minúscula diariamente, se acumulou significativamente ao longo de bilhões de anos. Eles estimaram que o núcleo do nosso planeta é cerca de dois anos e meio mais jovem que a crosta. Esta diferença de idade contra-intuitiva é uma clara demonstração dos efeitos da relatividade geral em escala planetária.

Curiosamente, um fenômeno semelhante foi observado no Sol, onde sua superfície é estimada em cerca de 40.000 anos mais velha que seu centro. Isso serve como mais uma evidência do impacto profundo da gravidade no fluxo do tempo em corpos celestes.

A equipe reconheceu as imensas contribuições de Feynman para a física, observando que ele provavelmente teria acolhido a correção à sua estimativa. Eles enfatizaram que, apesar da discrepância numérica, a observação de Feynman permanece um exemplo convincente do efeito de dilatação do tempo da relatividade.

O estudo foi publicado no European Journal of Physics.

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