O que aconteceria se você perfurasse a Terra até o final?

por Lucas
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A Terra, uma esfera maciça com 12.756 quilômetros de diâmetro, apresenta um desafio ambicioso até mesmo para os cientistas mais ousados. Nosso primeiro obstáculo nesta jornada hipotética é a crosta. Essa camada mais externa, com cerca de 100 quilômetros de espessura em média, é apenas o começo. Doug Wilson, um geofísico pesquisador, compartilha um fato fascinante: a cada 3 metros de rocha, adiciona-se cerca de 1 pressão atmosférica. É um ambiente de pressão que aumenta rapidamente à medida que vamos mais fundo.

Consideremos o Poço Superprofundo de Kola na Rússia, o buraco feito pelo homem mais profundo até hoje. Ele atinge uma profundidade de 12,2 quilômetros, mas ainda está a mais de 80 quilômetros de perfurar através da crosta até a próxima camada, o manto. Esse projeto russo, que levou quase duas décadas, ilustra o lento e árduo progresso de perfurar profundamente a Terra.

O próprio manto é uma vasta extensão de rocha escura e densa, com 2.800 quilômetros de espessura. É um mundo dinâmico que impulsiona o movimento das placas tectônicas. Aventurar-se por essa camada nos levaria à descontinuidade de Mohorovičić, uma fronteira nomeada em homenagem ao sismólogo croata Andrija Mohorovičić. Curiosamente, tentativas de perfurar essa fronteira remontam à década de 1950 com o Projeto Mohole, mas tiveram sucesso limitado, segundo o LiveScience.

O que aconteceria se você perfurasse a Terra até o final?

Pressão e Calor

À medida que descemos, a necessidade de um fluido de perfuração especializado torna-se crítica. Esse fluido, uma mistura incluindo minerais pesados como bário, serve a vários propósitos. Ele equilibra a pressão dentro do buraco com a rocha circundante, evitando o colapso. Também limpa a broca e ajuda a gerenciar a temperatura, que se torna uma preocupação crescente mais abaixo.

A temperatura do manto é de impressionantes 1.4o0 graus Celsius. Esse calor extremo representa um desafio significativo: até o aço inoxidável derreteria. Assim, uma broca feita de materiais especializados e caros, como titânio, seria necessária. Quanto mais fundo vamos, mais percebemos que as camadas internas da Terra são menos como camadas de solo e mais como uma forja ardente.

  O que aconteceria se você perfurasse a Terra até o final?

O Coração Flamejante da Terra

Uma vez através do manto, a cerca de 2.896 quilômetros de profundidade, encontraríamos o núcleo da Terra. O núcleo externo é uma massa giratória de ferro e níquel líquidos, com temperaturas variando entre 4.000 a 5.000 graus Celsius. Perfurar através deste metal derretido seria um desafio sem precedentes. Damon Teagle, professor de geoquímica, aponta a necessidade de bombear água fria para evitar que a broca derreta nessas condições infernais.

Depois vem o núcleo interno, uma bola sólida de níquel e ferro, apesar das temperaturas escaldantes. A pressão aqui é inimaginável, cerca de 350 gigapascals, ou 350 milhões de vezes a pressão atmosférica. Neste ponto, a física se torna incrivelmente complexa. A broca, inicialmente atraída para o núcleo pela gravidade da Terra, experimentaria uma mudança. No centro do núcleo, a atração da gravidade se iguala em todas as direções, criando uma sensação semelhante à ausência de peso.

O Jogo da Gravidade

À medida que avançamos em direção ao outro lado, a gravidade começa a trabalhar contra nós. A broca, agora tendo que trabalhar “para cima” contra a atração gravitacional, enfrenta um novo conjunto de desafios. É uma inversão bizarra, onde a jornada de volta à superfície através do núcleo externo, manto e crosta se torna uma batalha árdua contra a implacável força gravitacional da Terra.

Então, à medida que continuamos nossa ascensão para o outro lado, a gravidade faz suas artimanhas. Ela começa a puxar a broca “para baixo” em direção ao núcleo, um fenômeno curioso onde ‘baixo’ e ‘alto’ perdem seus significados habituais. Agora, a broca deve trabalhar contra a gravidade, uma luta para se libertar do domínio do núcleo.

Apesar de superar as pressões impressionantes e temperaturas infernais, o maior desafio permanece: a distância. Depois de alcançar o ponto médio, metade da jornada ainda está pela frente.

Um Longo Caminho a Percorrer

Emergindo do núcleo e ascendendo através do manto e da crosta, cada quilômetro perfurado é um triunfo sobre os extremos da natureza. Mas, como coloca Damon Teagle, alcançar o ponto médio significa apenas uma coisa: “um longo caminho a percorrer” para alcançar o outro lado.

Essa jornada hipotética através da Terra, embora um fascinante experimento de pensamento, destaca os imensos desafios da exploração profunda da Terra. É um lembrete da incrível complexidade e mistério que jazem logo abaixo dos nossos pés, um mundo de condições extremas e forças monumentais, em grande parte inexplorado e inexplorado.

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2 comentários

Ademar de Souza 21/12/2023 - 22:17

Podemos Acabar Com A Terra, Misturando-as Com As Águas, Com Essas Escavações Mirabolantes! Vê quais Proporções de Água e Terra Temos? 71% de Água e Um Pouquinho de Terra, 29%. Espero que Não Apareça Ninguém interessado em Perfurar a Água, Acaba Tudo! ***Dou a Dica, Pra Perfurar A Terra: Misturar A Terra Na Água! Se Vira! Autoria Minha. Ademar de Souza. ( De Carne e Osso! ) 🤣

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Ademar de Souza 21/12/2023 - 22:23

Misturar* Terra, Significa* Dissolver Na Água

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