Oscilação de 8,5 anos revela que o núcleo e o manto da Terra não estão alinhados

por Lucas
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O núcleo interno da Terra exibe um padrão de rotação único, distinto da rotação do manto. Este núcleo é composto principalmente de ferro e níquel, medindo aproximadamente 2.440 quilômetros de diâmetro. Ao seu redor está o núcleo externo, uma camada de metal líquido fundido com 2.260 quilômetros de espessura, crucial para a geração do campo magnético da Terra. Estudos recentes revelaram um pequeno desalinhamento no eixo de rotação do núcleo interno em relação ao manto, estimado em 0,17 graus. Esse desalinhamento contrasta com suposições anteriores usadas em modelos geodinâmicos, que postulavam um ângulo mais significativo de cerca de 10 graus.

Essa discrepância na rotação entre os núcleos interno e externo leva a vários efeitos planetários. Notavelmente, isso impacta o movimento dos polos da Terra e influencia a duração dos dias. As variações na duração do dia são pequenas, mas mensuráveis, influenciadas por múltiplos fatores, incluindo condições atmosféricas, forças de maré, movimentos continentais e o derretimento de geleiras.

Efeitos na Dinâmica da Terra

O estudo do núcleo da Terra e sua dinâmica tem sido um foco de pesquisa desde o final dos anos 1980. Pesquisadores especularam sobre a interação entre o núcleo interno e o manto, sugerindo que isso poderia contribuir para variações periódicas na rotação da Terra aproximadamente a cada 10 anos. A pesquisa mais recente refina essa periodicidade para aproximadamente 8,5 anos, com uma margem de erro de cerca de 75 dias. Essa descoberta surgiu da análise de dados de movimento polar coletados desde 2018 e das flutuações observadas na duração do dia.

Além dos efeitos rotacionais, o desalinhamento entre o núcleo e o manto da Terra aponta para diferenças de densidade dentro do núcleo interno. Especificamente, o hemisfério noroeste do núcleo interno pode ser mais denso do que outras regiões. Essa distribuição desigual pode ser um fator contribuinte para o observado bamboleio e a dinâmica rotacional do núcleo.

Além disso, o estudo sublinha a distinção entre os núcleos externo e interno não apenas em seus estados físicos (um sendo sólido e o outro líquido), mas também em termos de densidade. Essas diferenças desempenham um papel crucial nos processos geofísicos da Terra e são fundamentais para entender o campo magnético e a rotação do planeta.

A pesquisa que contribuiu para esses insights foi publicada na Nature Communications.

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