Quanto tempo leva para se diagnósticar o autismo?

por Junior
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O autismo, uma condição que toca inúmeras vidas globalmente, ressoa profundamente nas vidas dos indivíduos e em suas famílias. Contudo, embora tentem compreender a origem dessa condição, muitos médicos enfrentam obstáculos significativos ao tentar diagnosticá-la.

A Complexa Jornada de Diagnóstico do autismo

Para lançar luz sobre este tema, o prestigiado jornal britânico ‘The Conversation‘ tomou a iniciativa de entrevistar mais de 1000 pais no Reino Unido. Estes pais, em sua jornada, buscaram um diagnóstico de autismo para seus filhos. Surpreendentemente, os resultados mostraram que muitos desses pais esperaram entre três e quatro anos para finalmente receber uma confirmação do diagnóstico de autismo. Além disso, e talvez ainda mais alarmante, metade desses pais expressou insatisfação com o processo de diagnóstico como um todo.

Agora, consideremos as características dos indivíduos autistas. Eles, seja jovens ou adultos, frequentemente encontram desafios na interação social. Além disso, muitas vezes eles exibem comportamentos repetitivos e têm interesses e rotinas que se destacam da norma. Antigamente, o mundo médico categorizava os indivíduos autistas com termos variados, como “autismo clássico” ou “síndrome de Asperger”, para diferenciar e explicar seus comportamentos. No entanto, atualmente, uma tendência emergente entre os especialistas busca um termo mais unificador que englobe todos que exibam os sinais característicos do autismo.

Diferenças e Semelhanças: Autismo Clássico vs. Síndrome de Asperger

Dentro desse espectro, ‘The Conversation’ salienta que indivíduos com “autismo clássico” geralmente recebem um diagnóstico de forma mais ágil em comparação com aqueles identificados com a síndrome de Asperger. Esta última, conforme descrito pelo portal, manifesta-se em tenra idade. Imagine uma criança de dois anos que não fala e não interage socialmente com seus pais – um cenário também observado em casos de autismo clássico. Contudo, os desafios surgem quando a criança começa a falar e atinge outros marcos de desenvolvimento. Nesse ponto, muitos pais erroneamente desconsideram os sinais sutis de autismo, vendo-os apenas como “traços peculiares” do seu filho. No entanto, tudo se transforma quando essa criança começa a escola e seus sintomas se tornam muito mais evidentes.

Desafios na Comunicação: Pais e Profissionais de Saúde

A relação entre pais e serviços médicos é complexa. A pesquisa ‘Conversation’ destaca que, embora os pais frequentemente reconheçam os primeiros sintomas de autismo, nem sempre os profissionais de saúde respondem apropriadamente. Em diversos casos, esses profissionais optam por uma abordagem de “esperar para ver”, postergando o diagnóstico essencial. Os especialistas justificam esta abordagem como uma maneira de evitar rotular prematuramente uma criança que, com o tempo, pode não manifestar os comportamentos autistas. Contrariamente, a maioria dos pais clama por um diagnóstico mais imediato e preciso, acreditando firmemente que isso pode capacitar a família a apoiar e auxiliar a criança de forma mais eficaz. Esta discrepância sublinha a importância vital de uma comunicação mais fluida entre pais e profissionais durante todo o processo de diagnóstico.

Conclusão

Além disso, um mito popular que precisa de desmistificação é que o autismo é uma “condição infantil”. O artigo contradiz essa noção, revelando que um número crescente de adultos também recebe diagnósticos de autismo em fases mais avançadas da vida. Assustadoramente, mesmo entre os adultos, a inadequação nos serviços de saúde persiste. Por exemplo, no Reino Unido, uma mulher compartilhou uma experiência chocante com um médico que perguntou: “Por que uma jovem tão bonita como você desejaria tal diagnóstico?”.