Algumas pessoas são imunes ao Alzheimer. E descobriram o que as tornam diferentes

por Lucas
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A doença de Alzheimer é um ladrão notório, roubando milhões de suas memórias e habilidades cognitivas. Mas algumas pessoas têm cérebros com todos os sinais clássicos de Alzheimer, mas permanecem afiadas como uma faca. Intrigante, certo? Um estudo recente mergulhou nesse fenômeno desconcertante, potencialmente abrindo portas para tratamentos revolucionários.

Pesquisadores do Instituto Holandês de Neurociência exploraram o Banco de Cérebros dos Países Baixos, que abriga mais de 5.000 cérebros de pessoas que morreram com doenças cerebrais. Entre esses milhares, encontraram apenas 12 que tinham todos os marcadores cerebrais de Alzheimer, mas nenhum declínio cognitivo. Verdadeiras raridades.

Luuk de Vries, um neurocientista que liderou o estudo, expressou a curiosidade da equipe sobre o que faz esses cérebros funcionarem. Eles examinaram anomalias no tecido cerebral daquelas pessoas sem declínio cognitivo, procurando pistas nos níveis molecular e celular. E adivinhe? Eles acertaram em cheio.

Os cérebros resilientes eram mestres em limpar o lixo neurológico. As células de astrócitos, conhecidas por limpar resíduos no cérebro, foram as heroínas anônimas aqui. Esses cérebros se destacaram na remoção de proteínas tóxicas que normalmente se acumulam e causam estragos nos pacientes com Alzheimer.

Além disso, esses cérebros produziam energia de forma mais eficiente, mantendo os neurônios funcionando. Embora os mecanismos exatos ainda sejam um mistério, identificar essas diferenças é um ótimo ponto de partida.

De Vries e sua equipe acreditam que entender esses mecanismos de resiliência poderia abrir caminho para novos medicamentos. Imagine uma pílula que pudesse ativar esses processos protetores nos pacientes com Alzheimer. Seria como dar ao cérebro uma equipe de limpeza de alta tecnologia e um impulso de energia ao mesmo tempo.

Globalmente, cerca de 47 milhões de pessoas enfrentam o Alzheimer, e os números estão aumentando rapidamente. Ainda estamos montando o quebra-cabeça do que desencadeia a doença e como impedir sua progressão. Cada estudo como este é um passo mais perto de decifrar o código.

O próximo desafio? Descobrir por que esses cérebros operam de maneira diferente. Os pesquisadores precisam identificar os processos de produção que fazem esses cérebros funcionarem. A partir daí, podem criar medicamentos que fortaleçam os cérebros contra o Alzheimer.

De Vries enfatiza que é difícil identificar quais processos iniciam o Alzheimer apenas com dados humanos. O próximo passo lógico é mexer com células ou modelos animais para observar as mudanças que ocorrem.

Esta pesquisa foi publicada na Acta Neuropathologica Communications.

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