Ainda existiremos daqui a 100 milhões de anos?

por Lucas
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O eventual fim da vida na Terra é um assunto de grande interesse científico, com vários modelos e teorias prevendo diferentes cronogramas e cenários. De acordo com essas previsões, o futuro da Terra será marcado por drásticas mudanças ambientais e geológicas, levando finalmente à extinção da vida como a conhecemos.

No futuro relativamente próximo, em dezenas de milhares de anos, espera-se que a Terra entre em outra Era Glacial. Esse período verá uma extensa cobertura de neve estendendo-se dos polos às regiões equatoriais, incluindo as Montanhas da Lua na África. Os níveis crescentes do mar de hoje se reverterão, revelando novas linhas costeiras e conectando ilhas com continentes. O clima se tornará significativamente mais frio, especialmente em regiões atualmente conhecidas por temperaturas moderadas. Essa mudança afetará a civilização humana, provavelmente causando uma migração para áreas equatoriais mais quentes e uma dependência de técnicas básicas de sobrevivência.

A era dos combustíveis fósseis será lembrada como uma lenda distante, e a humanidade experimentará a verdadeira natureza do planeta, que tem sido dominada pelo gelo nos últimos três milhões de anos. O planeta será mais frio e, paradoxalmente, mais seco. Florestas e selvas se transformarão em savanas, terras férteis se tornarão áridas, e os ventos aumentarão em intensidade, alcançando velocidades de 200 quilômetros por hora. Os remanescentes da civilização moderna, incluindo arranha-céus, não resistirão a essas mudanças, sucumbindo eventualmente às forças ambientais.

Ainda existiremos daqui a 100 milhões de anos?

Apesar do declínio da humanidade, a vida na Terra persistirá. No entanto, enfrentará desafios significativos devido às mudanças nas condições ambientais. Um dos principais problemas será a redução do dióxido de carbono na atmosfera. O trabalho pioneiro de Lovelock e Whitfield em 1982 sugeriu que um déficit de dióxido de carbono seria desastroso para a vida vegetal. Essa hipótese foi refinada por pesquisas subsequentes, indicando que, em 100 milhões de anos, a vida vegetal poderia começar a diminuir significativamente à medida que os níveis de dióxido de carbono caem abaixo dos limiares críticos. Esse declínio na vida vegetal terá efeitos em cascata no restante da biosfera.

A deriva continental também desempenhará um papel crucial no futuro distante da Terra. A pesquisa de Christopher Scotese indica que, nos próximos 50 milhões de anos, as Américas se afastarão ainda mais da Europa, ampliando o Oceano Atlântico. Por outro lado, a África colidirá com a Europa, fechando o Mar Mediterrâneo e formando uma cadeia de montanhas comparável ao Himalaia. A tectônica de placas eventualmente reverterá essa expansão, fazendo com que as Américas colidam com o continente Euro-Africano. A Austrália se unirá à Ásia, e todas as massas continentais são previstas para formar um novo supercontinente, chamado Pangea Ultima, em 250 milhões de anos.

A formação desse supercontinente trará condições climáticas extremas. Regiões tropicais experimentarão temperaturas em torno de 40º C, enquanto regiões temperadas terão verões quentes e invernos extremamente frios, com fortes nevascas e temperaturas caindo para -20 a -30º C. O interior do supercontinente será árido, pois nuvens de chuva terão dificuldade em penetrar no interior. Enquanto isso, o Sol continuará a brilhar mais, aumentando as temperaturas da Terra e reduzindo os níveis de dióxido de carbono na atmosfera.

A pesquisa de James Kasting e Ken Caldeira sugere que, em 500 milhões de anos, os níveis de dióxido de carbono terão diminuído em 40%, limitando severamente a fotossíntese e empurrando 95% das espécies vegetais para a beira da extinção. Apenas certos tipos de plantas, como cactos e arbustos, serão capazes de sobreviver nessas condições. À medida que a temperatura média do planeta atinge e ultrapassa limiares críticos, a vida animal também enfrentará desafios imensos.

Acima de 38º C, os animais começarão a morrer no equador, provocando migração para os polos. Acima de 40º C, novas espécies tolerantes ao calor precisarão surgir, ou a vida animal enfrentará extinção. A 45º C, as mitocôndrias celulares deixarão de funcionar, colocando em risco ainda maior a vida animal. A vida será forçada a se adaptar a hábitos noturnos ou se enterrar no subsolo para escapar do calor. A vida na superfície será predominantemente bacteriana. Quando a temperatura média atingir 50º C, a vida terrestre enfrentará quase extinção total, embora a vida marinha possa persistir por mais tempo.

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