Um planeta antigo pode estar preso perto do centro da Terra

por Lucas
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Mergulhe profundamente sob a superfície da nossa Terra, e você pode acabar se deparando com os restos de uma colisão cósmica de eras atrás. Imagine isso: uma entidade do tamanho de Marte, apelidada de Teia, colidindo com a Terra, provocando o nascimento da Lua e deixando para trás uma parte de si mesma no processo. Parece o enredo de um blockbuster de ficção científica, não é?

Enterradas dentro do manto, cercando o núcleo como guardiões de um segredo antigo, jazem as Províncias de Baixa Velocidade Grande (LLVPs, na sigla em inglês). Essas não são características comuns do manto; elas são anomalias, espreitando sob as placas tectônicas africana e do Pacífico. O que as faz se destacar? Elas são mais densas, como se estivessem guardando uma história do passado cósmico.

Os pesquisadores transformaram a Terra em um grande paciente médico, usando ondas sísmicas como um sonograma para espiar por dentro. E o que eles encontraram? Essas LLVPs são como as crianças mais densas no parquinho, com mais ferro em sua composição. Essa conexão com o ferro é onde as coisas ficam interessantes. Foi durante um seminário em 2019, quando o Professor Mikhail Zolotov estava discutindo a hipótese de Gaia e mencionou a afinidade da Lua pelo ferro, presumivelmente muito parecida com a de Teia, que o Dr. Qian Yuan teve um momento de insight. “Logo após Mikhail ter dito que ninguém sabe onde o impactador está agora, tive um ‘momento eureka’ e percebi que o impactador rico em ferro poderia ter se transformado em aglomerados do manto”, lembra o Dr. Yuan.

Então, a equipe se sujou com simulações, e o que eles descobriram? Colidir com Teia não foi um evento que acabou com o planeta Terra. Em vez disso, o resultado viu a formação de “aglomerados de Teia”, que eventualmente mergulharam em direção à fronteira do manto-núcleo, muito como a cera em uma lâmpada de lava se assentando no fundo. Imagine um mundo onde o manto fosse um pouco mais quente; essas LLVPs teriam sido uma não-ocorrência, misturando-se ao seu entorno sem deixar rastros.

Mas a trama se adensa. A existência dessas estruturas durante os primeiros dias da Terra pode ter sido um divisor de águas para sua evolução geológica. “Uma consequência lógica da ideia de que as LLVPs são remanescentes de Teia é que elas são muito antigas”, observa o Dr. Paul Asimow. É hora de arregaçar as mangas e mergulhar em como esses remanescentes antigos influenciaram o movimento inicial da geologia da Terra, desde o tango das placas tectônicas até o surgimento dos primeiros continentes.

A Terra, com suas peculiaridades geológicas, se destaca na formação do sistema solar, e essas LLVPs podem ser as VIPs de sua história única. À medida que os pesquisadores continuam a desvendar esse mistério cósmico, uma coisa é certa: nosso planeta tem uma história de fundo que poderia superar qualquer ópera espacial.

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