Como é o cheiro do espaço?

por Lucas
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O espaço, a última fronteira, há muito cativa a imaginação humana não apenas visualmente, mas de forma intrigante, através de seu aroma único. Este aspecto peculiar da exploração espacial muitas vezes passa despercebido, mas forma uma narrativa fascinante sobre nossa interação com o universo. Astronautas, esses ousados exploradores do vazio, frequentemente retornam de suas aventuras extraterrestres com relatos de um cheiro distintivo em seus trajes e equipamentos. Esse aroma, frequentemente comparado ao de bife queimado ou pólvora usada, oferece uma curiosa janela para o ambiente cósmico.

O Aroma Espacial

Primeiramente, vamos desmistificar esse fenômeno. O espaço é essencialmente um vácuo, uma extensão onde a ausência de ar significa que o cheiro tradicional, como conhecemos na Terra, não pode existir. No entanto, a história começa quando os astronautas reentram em sua espaçonave ou removem seus capacetes. Aqui, o odor persistente se torna aparente. Não é o cheiro do espaço em si, mas sim o resultado das interações do espaço com materiais feitos pelo homem.

Astrofísicos e bioquímicos, como Ofek Birnholtz e Steve Pearce, refletiram sobre essas descrições. Eles teorizam que esse aroma único pode ser resultado de vibrações de alta energia em partículas trazidas de volta à atmosfera da estação espacial. Quando essas partículas interagem com o oxigênio dentro da nave, elas liberam um cheiro distinto. Esse processo é um pouco semelhante à maneira como os raios ultravioleta do sol podem dividir moléculas de oxigênio, possivelmente levando a esse aroma queimado e metálico.

Ingredientes Cósmicos do Aroma Espacial

Explorando mais a fundo, outra camada desse enigma olfativo cósmico surge. Miranda Nelson, controladora de voo de caminhadas espaciais, sugere que o cheiro pode estar relacionado a fenômenos estelares como estrelas moribundas. Esses eventos estelares produzem hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, compostos encontrados em materiais orgânicos queimados na Terra. Assim, o ‘cheiro do espaço’ poderia ser um coquetel galáctico desses eventos celestiais, capturado momentaneamente quando os astronautas transitam do vácuo do espaço para a atmosfera controlada de sua espaçonave.

Além disso, a ideia de o espaço ter um cheiro, embora indiretamente, fascina porque nos conecta ao cosmos de uma maneira muito humana. O cheiro é um sentido profundamente ligado à memória e experiência. Ao associar o espaço com cheiros familiares como carne queimada ou fumaça de solda, os astronautas ligam a vasta e impessoal extensão do espaço com nossa vida cotidiana.

Em um esforço para tornar o treinamento dos astronautas mais autêntico, a NASA encomendou a Pearce para desenvolver um aroma que imitasse essas descrições. Sua criação, baseada nas experiências dos astronautas, visava preparar futuros viajantes espaciais para todos os aspectos de sua jornada, incluindo as inesperadas experiências olfativas. Esse esforço levou à criação do “Eau de Space“, um perfume que traz a essência do espaço para a Terra. É uma maneira inovadora de conectar o público com a experiência espacial, transformando algo tão intangível quanto o cheiro do espaço em uma realidade tangível.

Curiosamente, essa abordagem também destaca como as percepções e os sentidos humanos desempenham um papel crucial na compreensão e relação com nosso universo. Isso nos lembra que a exploração espacial não é apenas uma empreitada tecnológica e científica, mas também uma experiência profundamente humana.

Fonte: LiveScience

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