Descobriram que nossas células têm frequências ressonantes

por Lucas
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Pesquisadores confirmaram recentemente a teoria há muito suspeitada de que células humanas possuem frequências ressonantes. Essas são taxas de vibração que correspondem à frequência natural das células, fazendo com que oscilem com maior amplitude. Esta descoberta foi facilitada pelo uso de microcantilevers, que são pequenas vigas que permanecem sem suporte em uma extremidade. Essas vigas são capazes de se dobrar ou vibrar sob carga, tornando-as sensores biomecânicos eficazes.

A jornada em direção a essa descoberta começou com pesquisas anteriores, que observaram que microcantilevers se moviam de maneiras inesperadas ao examinar outras características celulares. Isso levou os cientistas a hipotetizarem que as células colocadas nesses cantilevers estavam vibrando em uma frequência ressonante, fazendo com que os cantilevers se movessem. Javier Tamayo, autor do estudo, expressou sua surpresa ao New Scientist, afirmando que eles nunca poderiam ter imaginado uma célula viva vibrando dessa maneira.

Os pesquisadores conduziram seus experimentos usando um microcantilever feito de silício e ouro, medindo 50 micrômetros por 270 nanômetros. Eles pegaram células individuais de mama humana de uma placa e mediram o movimento tanto do cantilever quanto das células usando reflexão a laser. As descobertas foram reveladoras. Observaram que não apenas o processo de pegar as células as fazia vibrar, mas sua vibração, por sua vez, fazia o microcantilever vibrar. Isso indicou que as células tinham frequências ressonantes. Os pesquisadores estimaram uma dessas faixas de frequência entre 10 e 30 quilohertz e outra entre 150 e 180 quilohertz.

Curiosamente, a faixa mais baixa dessas frequências está próxima à fronteira entre o som audível e o ultrassom. Embora seja altamente improvável, isso sugere que em ambientes extremamente silenciosos, poderia ser possível ouvir nossas células. As implicações dessa pesquisa não se limitam ao domínio auditivo. Os autores do estudo afirmam que esses resultados podem aprimorar muito nosso entendimento da mecanobiologia de células únicas e podem levar ao desenvolvimento de espectrometria vibracional para células vivas em condições fisiológicas.

Além disso, as descobertas do estudo podem ter aplicações significativas na detecção e tratamento de doenças. John Allen, professor associado no departamento de engenharia mecânica da Universidade do Havaí em Mānoa, que não participou do estudo, indicou ao New Scientist que pesquisas adicionais poderiam ajudar na detecção de mudanças nas frequências ressonantes de células afetadas por doenças. Yun-Feng Xiao da Universidade de Pequim na China também observou o potencial de usar as frequências ressonantes das células contra elas. Isso poderia envolver a destruição seletiva de células doentes com ondas sonoras.

O estudo, capturando essas descobertas e insights, foi aceito para publicação na PRX Life, marcando um avanço significativo no campo da biologia celular e oferecendo novas vias para pesquisa médica e metodologias de tratamento.

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