Enorme “bola de fogo” é vista no céu do Nordeste

por Lucas
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Moradores de diversas cidades do Nordeste do Brasil vivenciaram um evento surpreendente na noite de sexta-feira (22), ao testemunharem uma grande e veloz “bola de fogo” cruzando o céu. Esse fenômeno incomum rapidamente se tornou um tópico de interesse nas redes sociais, onde inúmeros vídeos capturando o espetáculo foram compartilhados, despertando a curiosidade pública.

A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) realizou uma análise preliminar desse evento celeste. Os resultados sugerem que o objeto provavelmente era a reentrada de detritos espaciais originários de um foguete chinês. Esse foguete foi lançado em 2018 do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, localizado na província de Sichuan, na China.

Uma perspectiva diferente foi oferecida pela Astronomiaum, uma página focada em astronomia no X, plataforma anteriormente conhecida como Twitter. De acordo com a análise deles, o objeto poderia possivelmente ser detritos dos satélites Starlink da SpaceX, que falharam em alcançar a órbita da Terra.

O evento não foi apenas um assunto de interesse científico, mas também uma fonte de admiração e medo entre os moradores locais. Em Serrinha, uma cidade do Rio Grande do Norte, um local descreveu o fenômeno como um rastro de luz fragmentado. Da mesma forma, em Amargosa, na Bahia, outro observador caracterizou a visão como bela e assustadora.

A “bola de fogo” foi observada em várias outras localidades também, incluindo Jati (CE), Guanambi (BA), Floresta (PE), Vitória da Conquista (BA), Angicos (RN), Senador Rui Palmeira (AL), Barra de Santa Rosa (PB), Curimataú (PB), Juazeiro (BA), Petrolina (PE), São Bento (PB), Cícero Dantas (BA) e Taperoá (BA).

Além disso, um ocorrido semelhante foi relatado em junho, onde moradores de várias cidades no interior de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás observaram luzes brilhantes e coloridas no céu, em forma de bolas. Especialistas sugeriram que essas luzes poderiam ser tanto detritos espaciais quanto bólidos, que são meteoros excepcionalmente brilhantes.

Por que a “bola de fogo”?

Quando um objeto espacial, como detritos espaciais ou um meteoro, entra na atmosfera da Terra, ele viaja a uma velocidade muito alta. Essa velocidade pode ser de dezenas de milhares de quilômetros por hora. À medida que atravessa a atmosfera, o objeto encontra moléculas de ar a uma taxa incrivelmente rápida. A colisão com essas moléculas de ar gera muito calor.

O calor é produzido principalmente por dois motivos. Primeiro, há o aquecimento por fricção. À medida que o objeto se move pelo ar, ele esfrega contra as moléculas de ar. Essa fricção gera calor, semelhante a como esfregar as mãos rapidamente as aquece.

Segundo, há o aquecimento por compressão. O objeto se move tão rápido que comprime o ar à sua frente. Quando você comprime um gás, como o ar, ele aquece. Esse é um princípio conhecido como transformação adiabática. É semelhante ao modo como uma bomba de bicicleta esquenta quando você enche um pneu de ar; o ar está sendo comprimido e, portanto, aquece.

À medida que o objeto continua a atravessar a atmosfera, esse calor se torna tão intenso que faz com que a superfície do objeto brilhe e comece a queimar. Esse queimar ou brilhar é o que vemos como um rastro brilhante no céu, frequentemente referido como estrela cadente ou meteoro quando é um objeto natural, ou bola de fogo em casos de objetos maiores, como detritos espaciais reentrando na atmosfera.

Todo esse processo é muito breve, mas extremamente intenso, levando à rápida desintegração e vaporização do objeto, especialmente se for pequeno como um meteoro típico. Objetos maiores, como destroços de espaçonaves, às vezes podem sobreviver a esse calor intenso em certa medida e alcançar o solo, mas eles também queimam significativamente durante esse processo.

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