Erupção vulcânica colossal pode resfriar o planeta?

por Lucas
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Uma publicação recente no Journal of Climate pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) da NASA explora o impacto de erupções vulcânicas no clima global. O estudo aproveita modelos computacionais avançados para analisar o efeito de partículas vulcânicas na atmosfera, concentrando-se nas partículas de enxofre ejetadas durante erupções significativas. Essas partículas alcançam a estratosfera, localizada entre 10 e 50 quilômetros acima da superfície da Terra.

A pesquisa investiga a transformação do dióxido de enxofre em aerossóis de sulfato líquido na estratosfera e sua subsequente influência no clima. A presença desses aerossóis pode levar a dois fenômenos opostos: a reflexão da radiação solar incidente, levando ao resfriamento, ou a retenção de energia térmica de saída, semelhante ao efeito estufa. O estudo descobriu que o tamanho e a densidade das partículas de sulfato desempenham um papel crucial em sua capacidade de bloquear a luz solar. Por meio de simulações, determinou-se que essas partículas são improváveis de causar mudanças dramáticas na temperatura da Terra.

O conceito de “inverno vulcânico” também é discutido, rastreando suas origens a 1993, quando a jornalista científica Ann Gibbons usou o termo pela primeira vez. Refere-se aos efeitos hipotéticos na evolução humana após a erupção do vulcão Lago Toba em Sumatra, há 74.000 anos. Stanley Ambrose, da Universidade de Illinois, apoiou essa ideia, sugerindo uma diminuição da temperatura global de 3 a 3,5 graus Celsius por seis anos após a erupção, potencialmente reduzindo a população de Homo Sapiens para apenas 10.000 indivíduos em todo o mundo.

No entanto, a teoria do inverno vulcânico foi contestada em 2009 por pesquisas multidisciplinares indicando que o impacto da erupção de Toba no clima e na evolução humana pode ter sido superestimado. Isso levou a uma discussão mais ampla sobre a viabilidade de usar aerossóis para resfriar deliberadamente a atmosfera. Apesar das pesquisas em andamento, soluções práticas e viáveis de geoengenharia para implementar tais efeitos de resfriamento permanecem elusivas.

O estudo sublinha a importância de reunir evidências físicas de erupções passadas para construir um conjunto de dados abrangente. Isso aprimoraria nosso entendimento da atividade vulcânica histórica e seu impacto no clima, informando assim previsões futuras e intervenções potenciais. A complexidade dos aerossóis vulcânicos e suas interações com o sistema climático da Terra apresenta um desafio significativo para os cientistas que buscam decifrar os nuances desses fenômenos naturais e suas implicações para nosso planeta.

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