Especialistas alertam contra a mineração na Lua

por Lucas
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À medida que o conceito de colonizar a Lua se torna cada vez mais tangível, também aumenta a possibilidade de mineração lunar, levantando preocupações significativas entre astrônomos e cientistas espaciais. Esse desenvolvimento foi destacado em entrevistas do The Guardian com especialistas no campo, coincidindo com a missão do módulo Peregrine financiado pela NASA, operado pela Astrobotic, para levantar dados da superfície lunar. Esse módulo, no entanto, encontrou dificuldades logo após seu lançamento.

A principal preocupação expressa pelos astrônomos é o impacto do desenvolvimento lunar na pesquisa científica. À medida que a Lua sofre mudanças devido às atividades humanas, como o estabelecimento de habitats ou a extração de recursos para a Terra, seu valor como um satélite natural para estudo científico diminui. Richard Green, astrônomo da Universidade do Arizona, enfatizou esse ponto, afirmando que, embora não se oponham à construção de bases lunares, o número limitado de locais adequados na Lua tem imensa importância científica.

Um exemplo desses locais são as profundas crateras da Lua, que nunca foram expostas à luz do sol. Green descreve essas crateras como extremamente frias, com temperaturas apenas ligeiramente acima do zero absoluto, tornando-as inestimáveis para estudos científicos. Esse ambiente único oferece uma rara oportunidade para obter insights sobre condições extremas no espaço.

Essa situação apresenta um desafio legal. As preocupações da comunidade acadêmica colidem com os interesses comerciais que estão impulsionando a exploração e mineração lunar. Em resposta, um grupo de trabalho liderado por Green planeja se reunir com as Nações Unidas para discutir o reforço das leis espaciais para regular as atividades de mineração lunar. O objetivo é impedir que essas atividades se tornem excessivamente disruptivas.

O quadro legal que rege as atividades espaciais é um tanto desatualizado, com poucas atualizações significativas desde o Tratado do Espaço Exterior de 1967. Esse tratado impede que qualquer país reivindique a posse de corpos celestes. Posteriormente, em 1979, a ONU introduziu o Tratado da Lua, que estabelece que a Lua e outros corpos celestes sejam usados exclusivamente para fins pacíficos e que seus ambientes não sejam perturbados. No entanto, há um consenso crescente de que essas leis precisam ser modernizadas para refletir as realidades atuais e futuras possibilidades.

Por outro lado, o potencial para mineração de minerais raros da Terra na Lua, crucial para a fabricação de tecnologias de consumo como smartphones, é um forte incentivo que impulsiona o interesse comercial na exploração lunar. A missão Peregrine é apenas o começo de uma série de missões lunares públicas e privadas planejadas. Essas missões visam alcançar avanços científicos e determinar as áreas mais adequadas da Lua para mineração e estabelecimento de bases.

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