Estudo revela por que algumas pessoas vivem mais que 100 anos

por Lucas
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Pesquisadores da Universidade de Boston e do Centro Médico Tufts realizaram um estudo que sugere que os centenários – pessoas que vivem até 100 anos ou mais – podem ter uma composição única de células imunológicas altamente protetoras contra doenças. Este estudo, publicado na revista revisada por pares Lancet eBiomedicine, expande a ideia de que fatores além de dieta e exercício contribuem para a longevidade.

Tanya Karagiannis, a autora principal e bioinformata sênior no Centro de Métodos Quantitativos e Ciência de Dados e no Instituto de Pesquisa Clínica e Estudos de Políticas de Saúde do Centro Médico Tufts, declarou: “Nossos dados apoiam a hipótese de que os centenários possuem fatores protetores que lhes permitem recuperar de doenças e atingir idades extremamente avançadas”.

A pesquisa focou em como os sistemas imunológicos dos centenários diferem daqueles de pessoas com expectativas de vida normais. Em indivíduos com sistemas imunológicos normais, a exposição a infecções leva à recuperação e adaptação a futuras infecções. No entanto, a capacidade de responder a infecções geralmente diminui com a idade. Os cientistas hipotetizaram que esse declínio pode ser diferente para os centenários.

Para explorar essa hipótese, os pesquisadores analisaram células imunológicas circulantes no sangue de sete participantes centenários na América do Norte. Eles identificaram padrões específicos de envelhecimento e longevidade humana extrema nessas células imunológicas. Essas informações foram então comparadas com dados publicamente disponíveis sobre células imunológicas de pessoas em toda a vida humana. A comparação revelou que os perfis imunológicos dos centenários não seguem as tendências tipicamente associadas ao envelhecimento natural.

A autora sênior Paola Sebastiani, diretora do Centro de Métodos Quantitativos e Ciência de Dados, e do Instituto de Pesquisa Clínica e Estudos de Políticas de Saúde no Centro Médico Tufts, destacou a importância desses achados. Sebastiani disse: “Os resultados fornecem apoio à hipótese de que os centenários são enriquecidos com fatores protetores que aumentam sua capacidade de se recuperar de infecções”.

O estudo também menciona Doug Whitney, que herdou uma mutação genética ligada ao mal de Alzheimer. Apesar dessa predisposição genética, Whitney, aos 73 anos, exibiu uma mente afiada, ao contrário do destino de outros membros da família que desenvolveram Alzheimer por volta dos 50 anos. Seu caso apresenta uma oportunidade para os cientistas entenderem como alguns indivíduos podem resistir a doenças como o Alzheimer.

Stefano Monti, autor sênior e professor associado de medicina, bioestatística e bioinformática na Escola de Medicina da Universidade de Boston, comentou sobre a complexidade dos fatores que contribuem para a longevidade. Monti disse: “A resposta para o que faz você viver mais tempo é muito complexa. Há múltiplos fatores, há a genética – o que você herda de um pai, há o estilo de vida, há a sorte”.

Os autores do estudo esperam que suas descobertas contribuam para pesquisas em andamento e auxiliem no desenvolvimento de terapêuticas para a população idosa mundial. George J. Murphy, autor sênior e professor associado de medicina na Escola de Medicina da Universidade de Boston, refletiu sobre as implicações mais amplas do estudo de centenários. Murphy declarou: “Os centenários, e sua longevidade excepcional, fornecem um ‘modelo’ de como podemos viver vidas mais produtivas e saudáveis”.

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