Cientistas finalmente resolvem o mistério por trás das enormes estátuas da Ilha de Páscoa

por Lucas
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A Ilha de Páscoa, também conhecida como Rapa Nui, abriga cerca de 900 enigmáticas estátuas de pedra conhecidas como moai. Essas figuras massivas, esculpidas séculos atrás, têm intrigado arqueólogos e visitantes. Por que elas estão lá? Qual era seu propósito? Bem, o mistério pode finalmente ter sido desvendado, graças a uma nova pesquisa.

Por anos, cientistas coçaram a cabeça sobre a concentração dessas estátuas ao longo da costa da ilha. Elas não estão espalhadas aleatoriamente – estão estrategicamente posicionadas, e agora a razão disso está se tornando clara. Pesquisadores da Universidade de Binghamton têm se aprofundado, literal e figurativamente, e suas descobertas são bastante impressionantes.

A Ilha de Páscoa não é exatamente repleta de água doce. Na verdade, é exatamente o oposto. A geografia da ilha inclui apenas dois lagos, que são difíceis de alcançar, nenhum riacho e uma única nascente que muitas vezes é pouco mais do que um pedaço de terra encharcada. Os habitantes da ilha devem ter dependido de outras fontes para suas necessidades de água, e é aí que entra a colocação costeira das estátuas.

A equipe de pesquisa descobriu que a descarga de água subterrânea nas áreas costeiras provavelmente era a principal fonte de água doce para os ilhéus. O solo vulcânico da ilha é incrivelmente poroso, o que significa que ele absorve a água da chuva rapidamente. Essa água então viaja subterraneamente, descendo a colina até encontrar o oceano. Quando a maré está baixa, água doce surge bem na linha costeira.

Imagine isso: você é um ilhéu vivendo em Rapa Nui. Suas fontes de água doce são limitadas e difíceis de alcançar. Mas então, você descobre que a água doce flui diretamente para o mar na maré baixa. Bingo! Essa é a sua solução para sobrevivência. E que melhor maneira de marcar esses pontos cruciais do que erigir enormes guardiões de pedra? Assim, os moai foram colocados ao longo da costa, vigiando o sustento dos ilhéus.

Carl Lipo, professor de antropologia da Universidade de Binghamton, enfatizou como esse novo entendimento se alinha perfeitamente com a localização das estátuas. Os moai não são apenas impressionantes obras de arte; são marcos de sobrevivência, guiando os ilhéus até a água doce.

A investigação da equipe não parou apenas na identificação da água subterrânea. Eles metodicamente descartaram outras potenciais fontes de água doce. As cisternas esculpidas, conhecidas como taheta, eram outra opção. No entanto, essas cisternas só coletavam pequenas quantidades de água da chuva – definitivamente não o suficiente para sustentar a população. Além disso, com a ilha recebendo cerca de 124 centímetros de chuva anualmente e altas taxas de evaporação, essas cisternas ficavam secas durante a maior parte do ano.

Com outras fontes descartadas, a hipótese da água subterrânea fez mais sentido. A configuração geológica única da ilha, com sua rocha vulcânica porosa, cria um sistema natural de filtração, canalizando água doce diretamente para a costa. É uma solução natural brilhante para o que, de outra forma, seria um problema grave.

Em seguida, os pesquisadores planejam mergulhar mais fundo em como essa água doce influenciou a cultura da ilha e a construção dos moai. Eles esperam descobrir ainda mais conexões entre a engenhosidade dos ilhéus e as icônicas estátuas que resistiram ao teste do tempo.

O estudo foi publicado no Hydrogeology Journal.

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