O ciclo solar atingirá seu máximo em questão de meses

por Lucas
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Pesquisadores do Centro Indiano de Excelência em Ciências Espaciais em IISER Kolkata descobriram uma nova relação científica que prevê o pico iminente do atual ciclo solar. Publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, este estudo acrescenta um capítulo significativo à nossa compreensão do comportamento do Sol.

O Campo Magnético do Sol e o Ciclo de Manchas Solares

O Sol, nossa estrela mais próxima, é uma enorme esfera de gás ionizado ou plasma. Seus campos magnéticos, gerados por fluxos de plasma e convecção, manifestam-se como manchas solares em sua superfície. Estas manchas, frequentemente tão grandes quanto a Terra, possuem campos magnéticos cerca de 10.000 vezes mais fortes do que os da Terra.

Ocasionalmente, esses campos magnéticos sofrem alterações violentas, levando a tempestades magnéticas solares, incluindo erupções e ejeções de massa coronal. Essas tempestades emitem radiação de alta energia e expulsam grandes quantidades de plasma magnetizado no espaço. Quando direcionadas para a Terra, as tempestades mais intensas podem perturbar satélites, redes elétricas e sistemas de telecomunicações.

Por séculos, astrônomos observaram que o número de manchas solares varia em um padrão cíclico, tipicamente ao longo de um período de 11 anos. O pico deste ciclo, caracterizado por um maior número de manchas solares e intensa atividade solar, traz as condições de clima espacial mais turbulentas. Apesar de séculos de observações, prever com precisão o momento desses picos tem sido um desafio.

O ciclo solar é impulsionado por um mecanismo de dínamo, alimentado por fluxos de plasma dentro do Sol. Esse mecanismo envolve dois componentes principais do campo magnético do Sol: o ciclo de manchas solares e a reciclagem do campo dipolo do Sol, que é semelhante ao campo magnético da Terra, estendendo-se de um polo do Sol ao outro. Notavelmente, tanto o ciclo de manchas solares quanto o campo dipolo do Sol flutuam em força, com os polos magnéticos trocando de lugar a cada 11 anos.

Uma Nova Relação para Prever o Pico do Ciclo Solar

A descoberta do estudo reside na sua nova relação sobre o campo magnético do Sol. Em 1935, o astrônomo suíço Max Waldmeier identificou uma correlação conhecida como o efeito Waldmeier, onde ciclos de manchas solares que sobem mais rapidamente tendem a ser mais intensos. Essa descoberta tem sido fundamental para prever a intensidade de um ciclo de manchas solares com base em sua fase inicial.

Com base nisso, a equipe de pesquisa indiana descobriu que a taxa de declínio do campo magnético dipolo do Sol também está ligada à taxa de aumento do ciclo atual de manchas solares. Este insight, derivado de décadas de dados de observatórios solares terrestres em todo o mundo, complementa o efeito Waldmeier. Ele sublinha o papel integral da evolução das manchas solares no processo do dínamo solar, em vez de ser um mero subproduto.

Os pesquisadores demonstram como combinar observações da taxa de decaimento do campo dipolo do Sol com dados de manchas solares pode prever eficazmente o pico do ciclo atual. Sua análise sugere que o máximo do Ciclo Solar 25 provavelmente ocorrerá no início de 2024, com uma margem de incerteza estendendo-se até setembro de 2024.

Esta nova relação não só marca um avanço significativo em nossa compreensão da física solar, mas também melhora nossa capacidade de prever e nos preparar para os efeitos da atividade solar na Terra. À medida que nos aproximamos do pico do Ciclo Solar 25, esta pesquisa fornece uma ferramenta crucial para cientistas e formuladores de políticas na mitigação dos impactos das tempestades solares em nosso mundo cada vez mais dependente da tecnologia.

Fonte: Royal Astronomical Society

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