Sinal preocupante da Voyager 1 vindo do espaço interestelar é na verdade uma mensagem

por Lucas
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A sonda espacial Voyager 1 da NASA, atualmente atravessando o espaço interestelar a uma distância de aproximadamente 24 bilhões de quilômetros da Terra, encontrou problemas de comunicação que deixaram os cientistas incapazes de receber dados vitais. Nos últimos meses, o fluxo de informações da sonda, que normalmente é transmitido em um código binário de 0s e 1s, transformou-se em um padrão de dígitos alternados, interrompendo efetivamente a transmissão de dados significativos de volta para a Terra.

A anomalia foi reconhecida pela primeira vez em setembro de 2023, quando a equipe de engenharia da Voyager notou a interrupção na transmissão de dados. De acordo com uma declaração fornecida ao IFLScience, a equipe descreveu a situação como semelhante a uma chamada telefônica onde a conexão permanece aberta, mas a linha carrega apenas um tom de discagem monótono, interrompendo assim o recebimento de dados científicos e atualizações sobre a condição da sonda.

Esforços para diagnosticar o problema apontaram para uma possível falha no Sistema de Dados de Voo (FDS) da Voyager 1, um computador de bordo crítico responsável pelo manuseio de dados. Apesar da dedicação da equipe em resolver o problema, a complexidade da situação sugere que uma solução pode exigir um período prolongado.

Na tentativa de contornar o problema, a equipe de engenharia iniciou uma nova estratégia em 1º de março, implantando um comando destinado a fazer o FDS percorrer diferentes sequências em seu software. Isso foi uma tentativa de contornar quaisquer seções potencialmente corrompidas que possam estar causando a interrupção da comunicação. Dada a vasta distância da Voyager 1 da Terra, que equivale a 22 horas-luz e 34 minutos-luz, o tempo de retorno para os sinais viajarem entre a NASA e a sonda é de quase dois dias.

Embora a primeira “cutucada” não tenha corrigido o problema principal, ela levou a um desenvolvimento significativo em 3 de março. A equipe da missão Voyager detectou uma anomalia no fluxo de dados proveniente de uma seção do FDS, divergindo da saída de outra forma indecifrável. Uma análise subsequente por um engenheiro da Rede de Espaço Profundo da NASA, que gerencia as antenas de rádio que facilitam a comunicação com a Voyager e outras missões de espaço profundo, revelou que o novo sinal continha uma leitura completa da memória do FDS.

Esta leitura de memória é inestimável, pois engloba tanto o código operacional do sistema quanto dados sobre o status da sonda. Ao comparar essas informações recém-adquiridas com os dados recebidos antes de setembro, a equipe pretende identificar a causa raiz da interrupção e explorar possíveis remédios.

Os riscos são altos, pois a Voyager 1 não possui um FDS redundante. Caso a equipe não consiga resolver os desafios atuais, a missão pode enfrentar um término prematuro. No entanto, espera-se que a missão Voyager, que também inclui a ainda funcional Voyager 2, continue enquanto uma das sondas permanecer operacional.

Olhando para o futuro, as alocações de orçamento da NASA sublinham um compromisso contínuo com o programa Voyager, sinalizando a intenção de apoiar a missão além de seu 50º aniversário em 2027.

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