Um gêmeo fez Botox regular, o outro não. Isso foi o que aconteceu

por Lucas
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A toxina botulínica A, comumente conhecida como Botox, juntamente com produtos similares como Dysport e Jeuveau, são amplamente utilizados em procedimentos cosméticos. Nos Estados Unidos, sua popularidade é evidente com mais de 8,7 milhões de procedimentos cosméticos realizados em 2022 usando esses produtos. A eficácia de seu uso regular e a longo prazo na alteração da aparência facial tem sido objeto de estudo, particularmente destacado em um relatório de caso envolvendo gêmeas idênticas.

Este relatório de caso, publicado pela primeira vez em 2006, fornece uma visão única dos efeitos a longo prazo do Botox. As sujeitas do estudo eram irmãs gêmeas idênticas de 38 anos. Sua comparação oferece uma oportunidade rara de observar o impacto do Botox em indivíduos com composições genéticas quase idênticas e, presumivelmente, estruturas faciais muito semelhantes. O estudo examinou especificamente a presença e a extensão de linhas faciais impressas, ou permanentes, entre as duas irmãs.

Uma das gêmeas havia se submetido a injeções de Botox consistentemente. Isso envolveu tratamento na testa e região glabelar (a área entre as sobrancelhas) duas a três vezes por ano durante 13 anos. Além disso, ela recebeu tratamentos para os pés de galinha duas vezes nos dois anos antes do relatório. A outra gêmea teve um histórico de tratamento mais esporádico, tendo recebido injeções de Botox apenas duas vezes – uma três anos antes e outra sete anos antes do relatório, e apenas na testa e na região glabelar.

A evidência fotográfica desempenha um papel crucial no estudo. Fotos foram tiradas de ambas as gêmeas, capturando seus rostos em repouso e enquanto sorriam. Essas imagens foram tiradas de uma vista frontal e de cada lado. A análise dessas fotografias revelou diferenças notáveis na presença de linhas impressas. A gêmea que recebeu tratamentos regulares de Botox mostrou falta de linhas impressas na testa e na região glabelar, tanto em repouso quanto sorrindo. Em contraste, a gêmea tratada esporadicamente exibiu linhas visíveis nessas áreas. Em relação aos pés de galinha, ambas as gêmeas tinham linhas visíveis ao sorrir, mas eram menos pronunciadas na gêmea que passou por tratamentos regulares.

O Dr. William J Binder, autor do estudo, concluiu que o tratamento a longo prazo com Botox pode prevenir o desenvolvimento de linhas faciais impressas visíveis em repouso e reduzir a aparência dos pés de galinha.

O estudo também abordou variáveis potenciais que poderiam influenciar os resultados. Uma consideração foi a variação natural no envelhecimento entre as gêmeas. No entanto, a semelhança nas linhas do sorriso, onde nenhuma das gêmeas havia recebido tratamento, foi usada para contrapor esse argumento. Um relatório de caso de acompanhamento publicado em 2015 forneceu contexto adicional. Ambas as gêmeas usavam protetor solar SPF 45-50 diariamente, nenhuma usava retinol e ambas levavam estilos de vida saudáveis e semelhantes, embora vivessem em lados opostos do Atlântico. Essas informações adicionais visavam mitigar o impacto da exposição ao sol como um fator diferenciador em seus processos de envelhecimento. A gêmea com linhas mais pronunciadas morava em Munique, que tem um índice médio de UV mais baixo em comparação com Los Angeles, onde a outra gêmea residia.

O relatório de caso de 2015 ecoou os achados do estudo de 2006. Ele observou que a gêmea tratada regularmente mostrava praticamente nenhuma linha na testa em repouso, enquanto a gêmea tratada esporadicamente exibia linhas estáticas visíveis na testa. Os pés de galinha também eram mais suaves na gêmea tratada em comparação com as linhas mais profundas observadas na gêmea tratada esporadicamente.

Paralelamente a esses achados, pesquisas recentes exploraram dimensões além da aparência física. Alguns estudos sugeriram que injeções de Botox na testa podem alterar a forma como o cérebro processa emoções, expandindo o escopo de compreensão dos efeitos desses tratamentos cosméticos.

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