A vida na Terra veio do espaço? Cientistas afirmam que sim

por Lucas
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A busca para compreender as origens da vida permanece um mistério profundo e complexo. Esse enigma se aprofunda com recentes descobertas sugerindo a possibilidade de origens extraterrestres para os componentes básicos da vida. Uma dessas descobertas revolucionárias é a formação de compostos simples, também encontrados em seres vivos, no gelo interestelar. Essa revelação reacendeu o debate sobre a teoria da panspermia – a hipótese de que a vida poderia ter se originado do espaço sideral.

Descobertas Astroquímicas e Teoria da Panspermia

O trabalho de astroquímicos no Havaí trouxe uma nova dimensão para esse debate. Conforme relatado na ‘ACS Central Science‘, eles demonstraram que o ácido carbâmico, uma molécula composta por carbono, oxigênio e nitrogênio e considerada um ingrediente fundamental da vida, pode ser sintetizada em grânulos de gelo ubíquos no Universo. Isso se alinha a um relatório anterior de pesquisadores japoneses que descobriram uracila, uma nucleobase do RNA, em um asteroide carbonáceo. Tais descobertas sugerem que esses componentes básicos poderiam ter sido transportados para a Terra primitiva por meio de corpos cósmicos, como cometas, asteroides e meteoritos.

Essa hipótese é integral à teoria da panspermia, que postula que a vida não se originou na Terra, mas foi trazida de outro lugar no Universo. O conceito sugere que os blocos de construção da vida, entregues à Terra por objetos cósmicos, desempenharam um papel crucial no surgimento da vida como a conhecemos. No entanto, essa teoria tem seus detratores. Notavelmente, Juli Peretó, um bioquímico da Universidade de Valência e membro da Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida, opõe-se veementemente à noção de que a vida foi semeadora do espaço sideral. Ele afirma que, embora as descobertas relacionadas à química interestelar sejam significativas, elas não indicam conclusivamente que a vida se originou além da Terra. Peretó argumenta pela continuação da pesquisa nos próprios ambientes aquáticos da Terra como berços potenciais para a vida.

Teorias Baseadas na Terra e Perspectivas Bioquímicas

Peretó enfatiza que as simulações de laboratório da equipe havaiana, que replicaram condições do universo primitivo, demonstraram processos químicos que levam à formação de moléculas. Esses processos, segundo ele, são indicativos de atividades semelhantes que podem ter ocorrido na Terra primitiva. Ele reconhece a presença histórica de moléculas em meteoritos, mas diferencia esses ingredientes básicos das moléculas complexas, como proteínas, que nunca foram encontradas em meteoritos e são essenciais para a vida.

O bioquímico aponta que, embora a Terra tenha recebido um influxo substancial de moléculas extraterrestres em seus primeiros anos, essas contribuições, semelhantes a ‘tijolos’, não foram portadoras diretas da vida, mas sim componentes fundamentais. Ele refuta a noção de que a vida, em sua forma evoluída, foi transportada para a Terra do espaço. Em vez disso, ele sugere que a vida provavelmente tomou forma independentemente na Terra, utilizando esses ingredientes cósmicos ao lado das próprias dinâmicas geológicas e químicas da Terra.

Atualmente, duas teorias principais centradas na Terra sobre a origem da vida coexistem. A primeira é a teoria das fontes hidrotermais submarinas, que explora o papel da química do fundo do mar no surgimento da vida. A segunda é a teoria da sopa pré-biótica, que postula que a vida poderia ter surgido em corpos d’água superficiais, como lagoas ou lagos. Essa teoria integra a química terrestre com contribuições interestelares, radiação e outras fontes de energia. Ambas as teorias convergem na ideia de que a vida, como um sistema complexo e sofisticado, se originou e evoluiu na Terra, utilizando uma combinação de componentes extraterrestres e terrestres.

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