A vida pode ter começado em Marte, não na Terra, estudo revela

por Lucas
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Há cerca de 4,5 bilhões de anos, Marte tinha o que era necessário para a vida. Pesquisas mostram que moléculas orgânicas, os blocos de construção da vida, estavam presentes em Marte enquanto nosso planeta ainda estava se formando. Essas moléculas poderiam ter chegado à Terra também, mas Marte era o lugar com as melhores condições para a vida.

Marte e a Terra são irmãos rochosos no nosso Sistema Solar, junto com Vênus e Mercúrio. Nos seus primeiros anos, eles passaram por uma fase chamada Bombardeio Intenso Tardio. Imagine um show de fogos de artifício caótico, onde asteroides caíam sobre esses planetas. Essas rochas espaciais, cheias de materiais interessantes, colidiram com Marte e a Terra.

Aqui está o detalhe: a atividade geológica da Terra faz com que sua crosta seja constantemente reciclada. As placas tectônicas dançam, e rochas antigas são sugadas para o interior do planeta enquanto novas emergem à superfície. Marte, por outro lado, é um introvertido estacionário. Sem placas tectônicas, aquelas rochas antigas ficaram lá, esperando para serem estudadas bilhões de anos depois.

Pesquisadores conseguiram 31 meteoritos marcianos, querendo desvendar o mistério de suas origens. Até recentemente, ninguém sabia se esses meteoritos vinham de perto do Sol ou das profundezas do Sistema Solar, nem se tinham algum material vital para a vida.

Usando medições ultraprécisas de isótopos de cromo (um termo científico chique para uma análise química precisa), os cientistas identificaram esses meteoritos como condritos carbonáceos do Sistema Solar exterior. Não são apenas rochas; são como caminhões de entrega espaciais cheios de água e moléculas orgânicas.

O estudo mostrou que esses condritos tinham gelo suficiente para cobrir Marte com 307 metros de água. Mas espera, tem mais! Essas rochas também trouxeram aminoácidos, os blocos de Lego do DNA, essenciais para o surgimento da vida.

O professor Martin Bizzarro, um dos cientistas por trás do estudo, destacou: “Marte foi bombardeado por asteroides cheios de gelo nos seus primeiros 100 milhões de anos.” Não era apenas qualquer gelo, mas gelo carregando moléculas orgânicas vitais para a vida. A Terra não teve tanta sorte. Teve um começo mais turbulento.

Em algum momento, a Terra foi atingida por outro planeta do tamanho de Marte. Não foi um toque suave. Foi uma colisão catastrófica que formou a Lua e transformou a Terra em um caos derretido, apagando qualquer chance de vida inicial. Marte, enquanto isso, estava bem tranquilo com seus ingredientes prontos para a vida.

Tudo isso pinta um quadro de um jovem Marte com melhores chances para a vida do que a Terra. O Planeta Vermelho tinha água, moléculas orgânicas e uma crosta estável — tudo o que um planeta nascente precisa. Em contraste, a Terra estava lidando com colisões cósmicas e caos geológico.

Então, da próxima vez que você olhar para Marte, lembre-se: ele nem sempre foi o mundo seco e empoeirado que vemos hoje. Houve um tempo em que ele tinha o potencial para ser o berço da vida, muito antes de a Terra se organizar. Esses achados fascinantes foram publicados na revista Science Advances.

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1 comentário

Dr. JOAQUIM ROBERTO 30/05/2024 - 02:25

Parabéns, LUCAS! Bela matéria. Resumida, direta ao ponto. Gosto do assunto. Tomei conhecimento a partir de um de seus visitantes que compartilhou no Facebook. Abraços. JoaquimRoberto.

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