Cientistas dizem que “coisas” podem ter acontecido antes do Big Bang

por Junior
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Uma equipe internacional de pesquisadores apresentou uma nova perspectiva sobre as origens do universo, sugerindo uma possível divergência da teoria convencional do Big Bang. Esta nova visão, detalhada em sua recente publicação no The Astrophysical Journal Letters, introduz o conceito de um “Grande Salto”. Esta hipótese sugere que o início do universo pode ter sido resultado do fim de uma fase cosmológica anterior, descrita como um salto, em vez de emergir de uma inflação exponencial do espaço-tempo.

Sunny Vagnozzi, um astrofísico da Universidade de Cambridge e o primeiro autor do artigo, enfatizou o papel da inflação em abordar os desafios de ajuste fino do modelo tradicional do Big Bang. A teoria da inflação não só explica esses desafios, mas também conta para a origem das estruturas cósmicas como consequência de flutuações quânticas. No entanto, Vagnozzi e seus colegas mantêm que ainda há possibilidade de refutar esta teoria, apesar da capacidade atual de invalidar modelos inflacionários específicos.

A equipe de pesquisa propõe uma exploração mais profunda do fundo cósmico de micro-ondas (CMB), que são remanescentes eletromagnéticos rastreáveis ​​aos estágios mais iniciais do universo. A espaçonave Planck da Agência Espacial Europeia, que começou a medir o CMB em 2013, forneceu resultados que inicialmente pareciam confirmar a inflação cósmica. Avi Loeb, um astrônomo da Universidade de Harvard e coautor do artigo, observou que alguns pesquisadores interpretaram esses achados como potencialmente indicativos do oposto.

Loeb explicou que o limite do universo observável está na distância máxima que um sinal poderia ter viajado à velocidade da luz ao longo dos 13,8 bilhões de anos desde o nascimento do universo. Devido à expansão do universo, esse limite está atualmente a cerca de 46,5 bilhões de anos-luz de distância. Ele compara o volume esférico dentro deste limite a um sítio arqueológico centrado em nós, onde a exploração mais profunda equivale a explorar camadas anteriores da história cósmica, estendendo-se até o Big Bang.

A equipe argumenta a necessidade de aprofundar o estudo do universo imediatamente após sua criação para entender melhor sua natureza. Apesar das possíveis observações, eles reconhecem o desafio em prever o que precedeu esse momento. Loeb apontou que um entendimento completo da era pré-Big Bang requer uma teoria preditiva da gravidade quântica, que atualmente está além do nosso alcance.

No entanto, os pesquisadores não estão desanimados e sugerem investigar o fundo cósmico de gravitons (CGB). Composto por gravitons viajando livremente, essas partículas elementares hipotéticas são teorizadas para mediar interações gravitacionais. A equipe hipotetiza que o CGB poderia ter estado presente em torno da criação do universo. Sob a teoria do Big Bang, o CGB teria sido diluído a um nível indetectável. Portanto, detectar o CGB poderia potencialmente desafiar a teoria do Big Bang em si.

No entanto, a detecção do CGB apresenta desafios tecnológicos significativos, já que o equipamento e os métodos necessários ainda não estão disponíveis. Apesar disso, os pesquisadores estão pensando à frente, considerando avanços futuros que possam possibilitar tal detecção. Esta abordagem proativa sublinha a natureza dinâmica e constantemente evolutiva da pesquisa cosmológica, onde cada nova descoberta ou hipótese tem o potencial de revolucionar nosso entendimento do universo e suas origens.

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