Os pontos brancos nos morangos não são sementes

por Lucas
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Morangos, comumente confundidos como frutos do tipo baga, na verdade não são bagas no sentido botânico. O termo “baga” em botânica tem critérios específicos: deve originar-se de um único ovário de uma flor e ser composto por uma pele externa (exocarpo), uma parte carnuda no meio (mesocarpo) e uma casca interna (endocarpo) contendo mais de uma semente. As bagas se dividem em dois grupos principais: hesperídeo (frutas cítricas) e pepo (membros da família Cucurbitaceae, como pepinos e melancias). Em contraste, os morangos não atendem a esses critérios. Eles são frutos agregados, pertencentes à família Rosaceae, que inclui framboesas, amoras e rosas.

A característica distintiva dos morangos são seus aquênios, os pequenos pontos brancos semelhantes a sementes em sua superfície. Eles são frequentemente confundidos com sementes, mas cada aquênio é, na verdade, um fruto contendo uma única semente. Aquênios são um tipo de fruto seco simples encontrado em várias espécies de plantas com flores, como quinoa, trigo-sarraceno e cannabis. O morango em si não é o fruto da planta, ao contrário do que se acredita comumente. É o tecido receptáculo inchado da flor do morango, que se torna grande e carnudo após a polinização, enquanto os verdadeiros frutos – os aquênios – se desenvolvem em sua superfície.

Esta estrutura única diferencia os morangos das verdadeiras bagas. Nas verdadeiras bagas, o fruto incha após a polinização, encapsulando as sementes dentro dele. Nos morangos, o tecido do receptáculo se expande, e os aquênios, cada um com uma única semente, formam-se no exterior. Dada esta formação, os aquênios também não se qualificam como bagas, pois contêm apenas uma semente.

Os morangos também têm um método de propagação distintivo. Em vez de dependerem principalmente de suas sementes para reprodução, as plantas de morango produzem estolões, que são caules horizontais longos que se estendem da planta principal. Esses estolões se desenvolvem e enraízam no solo, formando novas plantas de morango. Este método de reprodução assexuada resulta em clones da planta mãe, levando a uma maneira rápida e eficaz de espalhar e cultivar novas plantas.

Esta composição biológica coloca os morangos na categoria de frutos agregados, ao lado de outros membros da família Rosaceae. Frutos agregados são formados a partir de uma única flor com vários ovários, cada um se desenvolvendo em um pequeno fruto. Esses frutos são então agrupados juntos em uma única estrutura, como visto nos morangos com seus aquênios.

A classificação dos morangos contrasta fortemente com as categorizações tradicionais de frutas. Enquanto a linguagem casual frequentemente usa “baga” para descrever qualquer fruta pequena, comestível e carnuda com sementes, as definições botânicas são mais precisas e complexas. Essa complexidade leva a classificações surpreendentes no reino vegetal, onde frutas como toranja, lima e abóbora são consideradas verdadeiras bagas, enquanto os morangos, com sua estrutura e método reprodutivo únicos, não são.

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