Anomalia magnética do Atlântico Sul está se intensificando no Brasil, segundo EUA e Reino Unido

por Lucas
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A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) está piorando e os cientistas estão em alerta máximo. Esse fenômeno estranho faz com que o campo magnético sobre o Brasil e o Atlântico Sul seja muito mais fraco do que em qualquer outro lugar da Terra. Imagine: o campo magnético lá é apenas um terço tão forte quanto a média global. Sistemas de navegação? Totalmente bagunçados.

De acordo com o último relatório de 2023 do Modelo Magnético Mundial (WMM), elaborado pelos Centros Nacionais de Informação Ambiental (NCEI) e pelo Serviço Geológico Britânico (BGS), as coisas não estão melhorando. Em 2023, a intensidade do campo magnético na superfície na região da AMAS caiu ainda mais. E adivinhe? O centro dessa zona estranha se moveu cerca de 20 quilômetros para oeste. A área afetada, dentro do contorno de 25000 nanotesla (nT), aumentou cerca de 7% desde 2020. Não são boas notícias.

Então, o que isso significa para o Brasil e para a tecnologia ao redor do mundo? Primeiro, se você acha que essa anomalia é apenas uma coisa nerd de ciência sem impacto real no mundo, pense novamente. Claro, ela não prejudica diretamente os humanos nem atrapalha a vida cotidiana em terra, mas é um pesadelo para satélites e comunicações de rádio. A anomalia expõe esses sistemas a níveis mais altos de radiação cósmica, levando a falhas em componentes eletrônicos e sistemas a bordo. Isso é especialmente ruim para tecnologias de comunicação e monitoramento ambiental críticas. Satélites podem dar defeito, e equipamentos podem desconectar sem aviso.

O Brasil é especialmente afetado. Com o campo magnético tão fraco, satélites e sistemas de navegação na América do Sul ficam mais vulneráveis à radiação cósmica. O resultado? Falhas frequentes e interrupções na tecnologia que depende de leituras magnéticas precisas, como bússolas. Se você está confiando em navegação precisa, é melhor verificar essas direções duas vezes.

O WMM, um modelo harmônico esférico do campo magnético principal da Terra criado pela NCEI e BGS, é atualizado a cada cinco anos para acompanhar essas mudanças. Apesar das mudanças na AMAS, o WMM2020 continua preciso até 2024. Ainda é uma ferramenta confiável para navegação e orientação, atendendo às especificações militares dos EUA com erros globais bem abaixo dos limites máximos.

Monitorar essa anomalia magnética é um trabalho para a constelação de satélites Swarm da Agência Espacial Europeia (ESA). Esses satélites coletam dados cruciais, ajudando os cientistas a entender a dinâmica da AMAS e desenvolver estratégias para combater seus impactos negativos. Sem essas informações, estaríamos voando cegos. Então, enquanto a AMAS se aprofunda e deriva, a comunidade científica está de olho, esperando mitigar os efeitos dessa aberração magnética.

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